Jay entra no quarto olhando ao redor, provavelmente procurando a pessoa que falei que iria vir aqui para casa fazer o trabalho do poema.
- Pensei em fazer uma surpresa, estava sentindo a sua falta, - ele diz vindo até mim para me abraçar e me beijar.
Me sinto envergonhada pelo que estava fazendo a dois minutos atrás, e tenho medo de não conseguir esconder minha cara de mentirosa dele, então dou um beijo demorado nele, e tento arranjar alguma desculpa, ou inventar alguma mentira para contar.
- Que bom que você veio, eu já ia te ligar, a menina que veio a acabou de ir embora, - falo alto pra que Garcia escute e não saia do banheiro. - Ainda bem que ela foi embora, não aguentava mais, ela era tão grossa e irritante, - reviro os olhos.
- Mas ainda é cedo, vocês fizeram o trabalho tão rápido assim?
Pego na mão de Jay e o levo para se sentar na cama comigo.
- Bom... na verdade eu fiz a maior parte, não aguentava mais ficar com ela.
Antes que Jay possa responder, o barulho de alguma coisa caindo no chão do banheiro chega até nós, e Jay olha pra trás, para a porta do banheiro.
- O que foi aquilo? - Ele pergunta.
Meu coração acelera, e não há nada na minha cabeça que me faça criar uma mentira convincente o suficiente.
- Aquilo o quê?
- Você não ouviu? O barulho no banheiro.
- Não ouvi nada, - minto.
- Eu ouvi. O que foi? Foi alto demais, - Jay começa a se levantar e ir até o banheiro.
- Não! - Grito sem pensar. - Deve... deve ter sido porque eu deixei a janela aberta, deixa que eu vou lá ver o que caiu.
Dou passos acelerados para ultrapassar Jay e entrar no banheiro antes que ele.
- Fique aí. Eu conserto tudo e logo volto com uma supresa, - levanto um pouco minha saia pra mostrar minha pernas.
- Voce não quer ajuda?
- Foi só o vento Jay, não tem uma pessoa se escondendo dentro do meu banheiro, - falo sarcástica, mas suando de nervoso.
Entro no banheiro sem abrir muito a porta para não correr nenhum risco, e a fecho a trancando apressadamente.
Quando entro me dou de cara com Garcia me olhando feio, como se a culpa de tudo isso fosse minha. As minhas maquiagens estão praticamente todas no chão estragadas, e quase surto ao perceber que milhares de reais estão no chão inutilizáveis.
- O que foi? - Pergunto tão baixo que tenho a impressão que mexo apenas os lábios.
- O que foi? - Ele repete irritado. - Arruma um jeito de me tirar daqui.
- E como eu vou fazer isso?
- Eu não sei, se vira, isso é culpa sua, - ele aponta pra mim.
- Minha? Foi você que abaixou meu sutiã?
- Foi você que se masturbou na minha frente!- Jess? Tá falando com alguém? - Jay pergunta da porta do banheiro.
- Na verdade sim, comigo mesma. Espere um pouco Jay, não me apresse, saio em um minuto.
- É o que eu estou pensando? Nós vamos transar? Você vai ao menos tentar? - Jay pergunta confiante, mas não tão feliz quanto deveria. Provavelmente já sabe como isso acabaria.
Renato me olha tirando sarro de mim, e o vejo mordendo os lábios para segurar o riso.
- Quieto, - digo dando um tapa no braço dele.
- Sim, mas se afaste, não quero me sentir pressionada, se não, não consigo.
- Tudo bem, tubo bem.
Ouço ele dando uma rápida comemorada, se sentando na cama e tirando os sapatos, então me volto para Garcia novamente, que está quase gargalhando.
- Que vida triste você tem.
- Cala a boca, - retruco.
Limpo minha garganta enquanto tento bolar um plano.
- É o seguinte, eu distraio ele, aí você sai do banheiro sem fazer nenhum barulho.
- Esse é o seu plano genial? Nem fudendo, o cara não é idiota, é claro que ele vai ver alguém saindo pelo banheiro.
- Então o que você quer fazer? Eu nunca levo ele lá pra baixo, nós sempre ficamos aqui, seria estranho se eu fizesse isso agora, ainda mais quando o "vento" derruba minha maquiagem, - faço um sinal de aspas com o dedo.
- Vocês sempre ficam aqui e nunca transaram? Nossa Jess...
- Eu sei, eu sei... Eu tenho uma vida triste, sou patética, traio meu namorado, não precisa repetir, - fecho meus olhos para impedir que todos esses pensamentos se tornem possíveis lágrimas.
Encosto minha cabeça na porta do banheiro e respiro fundo. Acho que estou tendo um ataque, por que o ar não chega até meus pulmões, e o pensamento de perder Jay não sai da minha cabeça.
- Jess, para com isso, o estúpido do seu namorado não consegue nem te levar pra cama, é um idiota, qualquer um já teria percebido que você não estava sozinha aqui.
Eu me desencosto da porta e me viro para Garcia furiosa.
- Você não tem direito de falar nada Renato, - me seguro para não gritar. - Voce já devia estar calado pensando em um jeito de sair daqui. Na verdade você nem deveria ter vindo, então cala a sua boca e não foda com o resto da minha vida, você já fez o suficiente.
Ele seguro o meu dedo que aponto para ele e se aproxima de mim.
- Nunca aponte seu dedo para mim!
- Eu aponto meu dedo para quem eu quiser, e se quiser eu te jogo dessa janela só pela raiva que você me fez passar!
E de repente tenho uma ideia.
Engulo toda raiva que estou sentindo por Garcia ter vindo, ter destruído parte da minha pureza, por ter quebrado minhas maquiagens e finalmente me encontro com um raio de esperança.
- Vá pela janela! - Digo.
Garcia rola os olhos e se abaixo um pouco para ficar da minha altura.
- Você não acha que essa era a primeira coisa que eu pensei? Mas não é tão baixo assim Jess, vou quebrar uma perna no mínimo.
- Bom, não seria algo tão ruim assim, - cruzo os braços.
Ele me observa enquanto nós dois tentamos bolar um plano melhor.
Não posso mandar Jay ir embora daqui, e não posso fazer com que Garcia desça pela janela, já que ele realmente poderia se machucar e fazer barulho, o que pioraria a situação por completo.
- Eu vou pela janela, - ele diz finalmente.
- Parece que você não tem capacidade o suficiente de entreter um homem sequer.
- Não tenho? Você não pode falar nada sobre isso Garcia, você nem me conhece direito, não sabe nada sobre o que aconteceu enquanto você estav...
Antes que eu termine de brigar com Garcia, Jay me chama novamente.
- Jess, estou ficando preocupado, me deixe entrar, - ele diz já nervoso. - O que você está escondendo? O que está acontecendo?
Eu travo, não me mexo e nem o respondo, não consigo olhar pra outro lugar que seja a maçaneta da porta se mexendo enquanto Jay tenta a destrancar.
- Vá logo pro quarto, eu me viro.
Garcia parece estar mais furioso que Jay, mas isso não é uma surpresa. Eu fecho meus olhos e destranco a porta.
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Diga meu nome | Renato Garcia (Concluída)
Hayran KurguJess tem quase tudo o que quer. Dinheiro, popularidade, beleza, e um namorado maravilhoso, mas o que ela mais deseja não está ao seu alcance. Garcia é amado por todas na escola, e seu jeito bruto e sincero deixa claro que não quer que ninguém se int...