Garcia
- Renato, - meu pai chama. - Não se esqueça, esse final de semana.
Olho para ele, que senta no sofá da sala e calça seus sapatos, pronto para ficar fora de casa a negócios por três dias.
- O que tem esse final de semana? - Pergunto, dando uma mordida no sanduíche que acabei de preparar na cozinha.
- Jantar com os Lush, - ele responde, ainda ajeitando seus sapatos. - Não te disse antes?
- Não, não disse. Mas nem me surpreendo mais, esses jantares nunca são marcados com antecedência.
- Você que pensa, - ele ri. - Já temos a agenda dos encontros do resto do ano.
Me aproximo dele e fico em pé ao seu lado. Do resto do ano?
- Do ano? É sério?
- Sim, porque? Não gosta deles?
- Claro que gosto, é que, mesmo que somos vizinhos e que vocês fazem negócios juntos, nos encontramos tantas vezes por mês que seria mais fácil começarmos a morar juntos.
Meu pai olha para mim de lado, me analisando.
Não sei porque disse isso, já que eu namoro com a filha dos nossos vizinhos e realmente gosto de ir para lá. Mas é que quando se fala assim, quando vamos para lá, tudo que se fala é sobre negócios, e era eu que queria dar um motivo para nos vermos com frequência, queria que nossas famílias se encontrassem como uma verdadeira grande família. E quando estamos lá, quando conversamos, é como se o nosso namoro fosse parte do contrato, mesmo que eles ainda não saibam sobre mim e a Jess.
- O que foi? O que te incomoda quando vamos para lá? - Pergunta.
- Nada... você sabe.
- Renato, você sabe que é na casa deles que resolvemos os problemas e planejamos o que vai acontecer em seguida. E por mais que não seja o lugar ideal para isso, é no final de semana que ambas as nossas famílias têm tempo, então você não tem outra alternativa a não ser ir comigo. Além do mais, você ainda tem muito a aprender como liderar uma empresa, deveria estar animado com isso, nada deveria atrapalhar isso essa parte do seu futuro.
- Nada está me atrapalhando, eu só fiz um comentário, - explico.
Meu pai não pareceu muito convencido com o que eu disse. Ele olha para mim e faz que não com a cabeça, e já imagino o que passou por ela.
- Achei que o problema que vocês tinham já estavam resolvidos, Renato, - diz meu pai, ficando em pé e colocando suas mãos na sua cintura enquanto olha para mim impacientemente.
Ele sabe de muita coisa que aconteceu no passado, e sabe que a minha relação e da Jess nunca foi muito boa, ou era. Mas com certeza não deve ter ideia do que está acontecendo agora.
- Não tenho problemas com ela, pai, - digo, colocando o sanduíche de lado e limpando minha boca. - Na verdade nunca estivemos melhor. Somos, é... amig... estamos bem.
- É mesmo? Porque quando fala assim, parece que não suporta aquela menina. Olha... sei que vocês tiveram muitos desentendimentos entre vocês antes de você ir morar com a sua, sua mãe, - ele limpa a garganta. - Mas ela é uma moça exemplar e de bom coração. Eu achava que vocês já tinham se acertado, porque nos jantares passados estavam conversando tanto, mas aparentemente não...
- Já disse que não tem nada de errado comigo e com ela, pai, é sobre outra coisa. Mas tudo bem, está tudo bem, você já me explicou o que eu queria saber, agora... deve estar na hora de ir pra escola, devo estar atrasado.
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Diga meu nome | Renato Garcia (Concluída)
FanfictionJess tem quase tudo o que quer. Dinheiro, popularidade, beleza, e um namorado maravilhoso, mas o que ela mais deseja não está ao seu alcance. Garcia é amado por todas na escola, e seu jeito bruto e sincero deixa claro que não quer que ninguém se int...