CAPÍTULO 85

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Jess

- Ele não veio, de novo, - falo para a Jasmim, enquanto nos sentamos para almoçar no dia seguinte.

- De novo? E você não faz ideia da onde ele esteja?

- Eu não sei... talvez ele esteja em casa, ou... não, ele não poderia ter saído de casa. Mas não entendo porque ele não está vindo, não faz sentido. Será que é porque ele não quer me ver? Qual é o problema? Por que ele está fazendo isso?

- Ele não te falou nada que, que deu a entender que...

- Não, nada. Nenhuma pista.

Jasmim não fala mais nada, ela apenas me olha como se tivesse se sentindo extremamente mal por mim, quase como se tivesse com dó, e eu odeio isso, porque me faz perder as esperanças. Ser olhada com dó - mesmo que a pessoa tenha boas intenções, queira ajudar - é a pior coisa que pode acontecer, me faz acreditar que sou fraca.

Passo o resto do dia tentando tirar Garcia da minha cabeça e estudo para as provas do dias seguinte, o dia que ele também não apareceu.

Depois de votar para casa e perceber que ele faltou às aulas por três dias, esqueço todas essas regras de não sair de casa por um instante e vou até a casa dele. Só espero que o pai dele não atenda, e nem que meu pai perceba que eu não estou em casa.

Toco na campainha com medo de alguém errado aparecer, mas sem outra saída a não ser realmente fazer isso.

Felizmente, uma mulher de cabelos castanhos e um sorriso cansado aparece, provavelmente deve ser a secretária dos Garcia's.

- Olá, - digo, tentando parecer alguém qualquer e não uma namorada extremamente preocupada. - Queria saber se o Gar..., o Renato está.

- Sim, ele está. Se você esperar um minuto, eu posso chamá-lo.

- Seria ótimo. Eu sou a Jess, caso ele pergunte quem é. A vizinha... bom, ele vai saber.

- Tudo bem, Jess. Entre, fique à vontade. - Ela abre mais a porta para eu entrar, mas eu continuo na calçada.

- Não, obrigada. Eu espero aqui fora.

Ela me olha desconfiada e assente.

Depois de alguns minutos demorados, a moça de cabelos castanhos volta, mas não vejo o Garcia.

- Me desculpe, achei que ele estava em casa como o esperado, mas não o encontrei, não está em nenhum lugar da casa. Provavelmente deve ter saído.

- Saído? Mas pra onde ele iria?

- Acho que não posso responder a esta pergunta, senhorita Jess.

Eu aceno para ela e a agradeço, então logo volto para casa. Mas antes de entrar, começo a pensar nos lugares que Garcia poderia ter ido.

Sei que não conheço todos os lugares que ele gosta de ir, mas acho que sei o local que ele iria agora.

Estou arriscando muito coisa em ir atrás dele, e espero que eu esteja certa sobre a minha teoria. E espero também que ele me explique o que está acontecendo, porque já estou pensando nas piores coisas que poderiam ter acontecido agora, e nenhuma dessas coisas envolve um final feliz.

Entro em casa e pego algum dinheiro que eu tenho, então, após contá-lo, torço que será suficiente para pagar um táxi, porque não estou com o meu celular para pedir um Uber ou algo do tipo.

Ando um pouco até achar o ponto de táxi mais próximo e peço para me levarem até a colina.

Quando chegamos, faltam apenas alguns reais para completar o valor, mas o motorista foi gentil o suficiente para não se importar e não me cobrar. Até porque não era tanto assim.

Diga meu nome | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora