CAPÍTULO 45

4.5K 260 12
                                    

Jess

Eu não posso pensar em outra coisa que não seja o que aconteceu ontem no vestuário. Me enlouquece não saber o que ela viu ou ouviu, e eu me arrependo por não querer parar quando Anne estava praticamente nos vendo, mas como poderia? Não queria sair dali, não quando era Garcia que estava me segurando com seus braços fortes contra a parede.

Mas é isso que acontece quando você não liga ou se preocupa com nada. Agora o que eu tenho que fazer é arcar com as consequências, e espero que não sejam tantas quanto minha mente paranóica acha que são.

Quando chego na escola olho para todos os cantos para ver se encontro algum tipo de olhar estranho vindo de qualquer pessoa que seja, mas depois do rumor que estão espalhando que eu e Garcia tivemos um caso no passado, é difícil descobrir o motivo do olhar de cada um. Pode ser qualquer coisa, e para não criar mais paranóias do que já criei, decido olhar apenas para frente, ignorando o resto das pessoas ou coisas que aparecerem na minha direção.

As aulas foram mais tranquilas do que eu esperava. Não tinha ninguém fofocando ou me olhando do jeito errado, o que é ótimo. Mas mesmo assim não foi completamente normal, a não ser que existam fofocas no que é considerado ser "normal", mas já estou acostumada com isso, porque as pessoas fazem isso toda hora. E além do mais, eu também fofoco mais do que deveria, então não posso colocar a corda ao redor do pescoço de ninguém.

Não vejo Garcia em nenhuma parte da manhã, mas não acho isso estranho, já estou acostumada em não vê-lo com tanta frequência na escola.

Mas talvez eu tenha ficado um pouco desapontada por não vê-lo aqui hoje. Ele estava lá comigo, e caso ela tenha reconhecido quem era, ele também iria se ferrar. Não acredito que ele me deixou sozinha hoje, mesmo que nós nunca conversamos na frente das outras pessoas, queria que ele estivesse aqui.

Quando vou almoçar, o refeitório está mais cheio do que o normal. O barulho das pessoas comendo e conversando é tão alto que eu provavelmente conseguiria os escutar do outro lado do prédio.

Pego meu almoço e vou até mesa que sempre me sento. Melissa e Anne já estão lá junto com algumas outras meninas. Anne não se senta com a gente todos os dias, mas sei que quando se junta a nós, tem coisas importantes para nos contar, e estou com medo de já saber sobre o que são essas notícias.

- Olá Jess! - Anne me cumprimenta com animação. - Se sente logo, temos muito o que conversar.

- Temos?

- Com certeza, - ela diz com um sorriso do tamanho do mundo.

Ela puxa meu braço para eu me sentar sem tirar o sorriso do rosto. Eu me sento do lado dela e na frente da Melissa, e é quando percebo que Zoe também estava lá, sentada junto conosco. Duas outras meninas também estavam na mesa, mas nos decidimos deixar a conversa entre nós, e elas acabam ficando excluídas.

Melissa se curva em nossa direção para fechar a roda, assim como o resto de nós.

- Você quer falar ou eu falo? - Pergunta Zoe a Anne. - Pode contar se quiser.

- Vamos nós duas contar, - responde Anne, tirando o cabelo do rosto e se preparando para falar.

- O que foi que vocês querem contar? Pra que tanto mistério? - Pergunta Melissa afobada. - Estou querendo saber disso desde hoje de manhã.

- Nós vamos falar, pare de me interromper, - responde Anne, séria.

- Hoje de manhã? Porque eu não estava sabendo que tinha uma fofoca nova hoje de manhã? - Pergunto.

Diga meu nome | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora