[35] the world loses its color

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[ esse capítulo não está corrigido. usem a tag #SMHmichaeng para falar sobre a fanfic no twitter ]

Before you go
Was there something I could've said
To make your heart beat better?
If only I'd have known you had a storm to weather

MYOUI MINA

Ficar com um gesso era infernal. Três dias se passaram e eu estava cada vez mais emburrada com a ideia de continuar com ele por pelo menos mais duas semanas.

Acontece que existiam no mundo problemas maiores do que meu braço minimamente fraturado, e por isso nos encontrávamos na sala de Tzuyu para uma reunião que eu preferia não estar presente por me sentir irritadiça.

— E então vocês vão sair, vamos continuar as atividades. Mas, por via das dúvidas, fortemente armadas dessa vez.

Chaeyoung, Momo, Sana e Dahyun sairiam em missão, levariam suprimentos para outros lugares. E eu teria que ficar para trás porque se as coisas se apertassem eu não teria como me proteger.

Eu queria dizer que era besteira. Queria bater de frente com Tzuyu – como eu queria bater de frente com Tzuyu, essa vontade ardia no meu íntimo – queria poder sair, queria me fazer útil. Queria que Chaeyoung protestasse por mim também, mas ela passou os últimos dias como se fosse uma pessoa que acreditou a vida inteira no destino.

De repente ela achava que as coisas aconteciam por um motivo, que eu não podia ser ignorante e deixar de enxergar isso, que eu devia aceitar que se aquilo aconteceu é porque era o melhor para mim, para o meu bem.

E era difícil negar quando ela enchia meu rosto de beijinhos depois de cada frase sobre destino. Se eu acreditava em destino, era para acreditar que ela era o meu.

Chaeyoung era meu destino, sim? Ela coloriu meu mundo preto e branco, me mostrou as verdadeiras cores.

— E se não der certo? — Indaguei, me colocando na ponta do banco no qual eu estava sentada. — Se os guardas brancos aparecerem?

Se eu não iria junto, a último coisa que eu poderia fazer era cogitar perder qualquer uma delas para eles de novo. Eu seria incapaz de lidar com isso, e acredito que todas as outras também. Além de que o movimento poderia desfalecer aos poucos se perdêssemos uma peça importante, e tanto Chaeyoung quanto Momo eram. 

— Elas serão prontamente protegidas — disse Tzuyu. — Não botamos mais valor em uma vida do que em outras, mas há rebeldes treinados para o ataque e rebeldes treinados para a proteção. Elas serão perfeitamente protegidas de imediato, porquê temos a consciência de que perder alguém com nome influente pode nos ruir.

Olhei para Nayeon que encarava o nada, sentada ao lado de Tzuyu do outro lado da mesa. Ela criou forças para sair da cama e tentava manter sua estabilidade, dormia com Sana todos os dias pois Sana não a deixava sozinha, mas seu olhar ainda parecia perdido. Ela queria que a irmã dela tivesse um nome influente para ter tido pessoas prontas para protegê-la também.

E então eu odiei por completo todo o conceito de nomes e títulos. Eu era um ser humano tanto quanto Jihyo, e nos meus pensamentos, a vida dela poderia valer muito mais do que a minha. Então, porque diabos eu estaria sendo protegida se necessitasse e Jihyo não?

Fitei Tzuyu e segurei a vontade de grunhir. Ela tomava todas essas atitudes por profissionalismo, eu sabia, mas como era capaz? Como era capaz de não demonstrar um lapso de sentimento em seu rosto?

Me questionei se alguma vez Tzuyu já amou alguém. Tive certeza de que a resposta era não, mas me questionei se por acaso ela havia amado e sido amada, como havia se tornado alguém tão fria e calculista.

show me howOnde histórias criam vida. Descubra agora