[24] close bodies, distant hearts

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Negative days, negative nights
Baby you're wasting all your time
I can't relate, I keep it light

MYOUI MINA

Os dias se seguiram se arrastando. Arrastando-se da pior forma possível. Chaeyoung mal olhava em meu rosto e eu tentava a qualquer custo fingir que ela não existia, apenas aceitávamos a existência uma da outra quando se tratava de Tzuyu mandando mensagens através de Sana, sobre como os planos para entrar no Palácio estavam se seguindo.

Mas no momento em que a "reunião" era dispensada, eu tornava a entrar no quarto de Sana e Chaeyoung se sentava na sua cama e ficava olhando pela janela.

Todas as vezes que eu saía para pegar água ou que Sana me chamava para comer eu a via lá, abandonada como se carregasse o mundo sozinha nas costas.

E não era assim que funcionava. Chaeyoung poderia fazer com que parecesse que ela era a grande vítima e que não tinha ninguém ao seu lado, mas eu sabia que aquela era a mais pura mentira. Não tinha motivos para ela carregar seus pesares sozinha tendo tantas pessoas no lado dela.

Como não queria ficar com ela, eu apenas sentava na cama de Sana e continuava a treinar o dia inteiro como recarregar a minha arma. Cheguei a sentir falta de estar no CTI para treinar a minha mira também, mas não iria para lá agora e Tzuyu já havia marcado conosco a nossa volta para meu final de treinamento e finalização dos planos.

Em todo esse tempo, eu nunca quis tanto ter Momo ao meu lado, e quanto mais os dias se arrastavam se aproximando da data que entraríamos de volta naquele lugar, mais eu ficava com saudades.

Tinha a impressão de que Chaeyoung se sentia da mesma forma sobre Dahyun e senti falta de apenas sentar e conversar com ela sabendo que apenas nós duas entenderíamos o que estávamos passando.

Quando saía do quarto de Sana, eu a via frequentemente com Chaeyoung pelos cantos, enquanto parecia dizer algo duro. Chaeyoung mantinha a cabeça baixa todas as vezes como se soubesse e aceitasse o motivo da irritação de Sana, e continuava a levar as supostas broncas.

Elas sempre se afastavam quando eu aparecia e conforme os dias continuavam a se arrastar, Chaeyoung passou a cada vez mais manter o olhar fixo em mim toda vez que eu aparecia.

Me varrendo de cima a baixo e acompanhando cada um dos meus passos, parecia me chamar silenciosamente ou clamar para que eu fosse até ela, mas eu não iria se ela não tomasse vergonha na cara para vir até mim primeiro.

A situação não era nada agradável. Com o passar de duas longas semanas eu estava a um passo de surtar.

Encarando o teto do quarto enquanto Sana dormia, estava quase trocando a noite pelo dia, enquanto esperava o dia de retornar ao CTI.

Me revirei na cama diversas vezes, Sana tinha o sono pesado e não acordaria. Me forcei a fechar os olhos.

Péssima idéia.

Meus ouvidos que pareciam estar apurados pelo silêncio constante acabaram ouvindo o que eu não queria ouvir.

O barulho forte da cama mexendo do lado de fora do quarto de Sana, os gemidos sufocados de Chaeyoung.

show me howOnde histórias criam vida. Descubra agora