show me how

[43] the end: under the stars

[bem vindos ao último capítulo de show me how! após ele apenas o epílogo. por sinal, como de costume, não está corrigido. peço a vocês que usem a tag #SMHmichaeng no twitter para falar sobre a fanfic, ainda mais agora que quero mais do que nunca saber o que sentem e pensam. obrigada por tudo!!]

I swam across
I jumped across for you
What a thing to do

SON CHAEYOUNG

Sexagésima. Minha mente martelava essa palavra desde a última vez que Ichiro entrou na cela pela última vez. Não podia me perder na contagem, não podia cometer um erro que prejudicaria todo o plano de um tamanho que eu não fazia ideia qual era. Sabia que era grande, pois destronaria o Rei. E se isso aconteceria assim, é porque o plano era enorme.

Olhei em volta na cela me perguntando se Tzuyu e Jihyo haviam recebido as mesmas informações que eu, sem nem sequer poder acreditar que Park se lembrava de tudo e que ela ter tomado a pílula era apenas uma grande mentira. Ela atuou por tanto tempo na minha frente, me fez acreditar que estava sozinha e que nem sequer se lembrava do meu rosto.

Acontece que em breve ocorreria a sexagésima primeira vez que Ichiro entraria nas celas, e uma de nós precisaria tomar atitude. Eu sabia que se Jihyo o provocasse, tudo poderia ir pela culatra. Ela mostraria que se lembra de tudo e em questão de segundos não estaríamos apenas na presença de Ichiro, mas também na de guardas prontos para injetar o soro da verdade nela.

Eu poderia fazer, ou Tzuyu poderia fazer, e troquei muitos olhares com ela desde então. Era como se nós duas quiséssemos dizer para a outra que poderíamos fazer isso e a outra poderia apenas assistir e ficar em segurança. Mas eu sabia com quem Ichiro caía mais nas conversas.

Talvez fosse porque eu tinha informações sobre sua irmã que ele não tinha, talvez porque tínhamos uma conexão por causa de Mina. Cunhados, seria a palavra correta para nos definir, e isso soava um pouco absurdo e irreal. Quando eu abria a boca e pronunciava seu nome ou zombava de seus títulos, ele ficava vermelho rápido demais.

Eu sabia que isso era por causa de Mina.

Mina. Mal podia acreditar que ela havia entrado em contato comigo e cada dia que se passava após aquilo minha mente tentava mais me convencer de que foram alucinações, que eu estava doida e vendo coisas, que poderia até mesmo ter sido um sonho. Acontece que não tinha outra coisa na qual me apegar. Era isso, ou ficar no escuro, esperando as sessões de tortura e continuar gritando meus pulmões fora toda vez que usassem o soro em mim, ficando cada vez mais fraca.

Ainda acreditava que minha única força vinha de Mina. Pensar nela e pensar em estar com ela. Isso tinha que voltar a ser possível, e eu sabia que seria. Se não, tudo seria em vão. Acho que, naquele momento, almejava mais estar de volta com Mina do que qualquer outra coisa, queria tê-la em meus braços e sentir seu cheiro, e cumprir a promessa de que ficaríamos juntas até sermos velhinhas.

O plano estar em execução com certeza nos deixava mais perto disso do que nunca estivemos, e de ter uma vida o mais perto do normal possível.

Suspirei e passei a mão pelos meus cabelos úmidos. Havia tomado banho, sim. De vez em quando eles permitiam, no banheiro do fim das celas. Não era como da primeira vez que fui presa, onde a cela era inteira minha e o que eu mais fazia era tomar banho pois não tinha outras coisas a fazer. Aqui eles controlavam cada passo que dávamos. Foi de extrema importância que Mina tivesse me dito para não me preocupar com as câmeras. Se Nayeon estava no controle e dizia isso, então iria confiar.

Nayeon era incrível e se assumiu tal posição foi porque Tzuyu permitiu. E Tzuyu nunca deixaria o CTI nas mãos de alguém incapaz.

Batuquei meus dedos no chão, odiando o pesar das algemas que com certeza já deixavam marcas por todo o tempo que ficavam no meu pulso. Fechei os olhos e suspirei.