show me how

[16] ruins

How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl
Year after year

SON CHAEYOUNG

— Então você acha que está convecendo a princesa a ser o rosto da sua revolução? — Tzuyu disse.

Estávamos de volta na sala dela e dessa vez eu me sentia mais confortável pela falta do soro da verdade no meu organismo. Não que eu pretendesse mentir para Chou Tzuyu, mas sob influência desse soro as vezes coisas desnecessárias podem escapar.

Ainda mais quando o assunto seria Myoui Mina.

Minha mente viajou para o momento que a deixei naquela cama. Eu não entendia o jeito que a pessoa que algum tempo atrás era uma das que eu mais sentia repulsa, agora conseguia me atrair com artimanhas que ela nem parecia saber que tinha.

A inocência no olhar dela que vinha se corrompendo desde que a tirei daquele palácio era atraente. Eu sentia vontade de entender o que se passava na sua mente a cada momento.

Ela provavelmente não acreditava que seu mundo era perfeito, mas achava que ele era muito melhor do que ele realmente é. Por isso acreditei que ela poderia se revoltar e aceitar o papel que eu tinha para a oferecer.

Numa noite na casa de Jihyo e Nayeon quando essa ideia passou pela minha mente pela primeira vez, eu quase ri sozinha pois soava impossível. Apenas pretendia a levar para um lugar distante e largá-la lá, usar um dos comprimidos que apagam a memória. Isso daria perfeitamente certo.

Mas depois da confusão com Dahyun e de resolver seguir outro caminho, quando vi Mina gastando sua única chance de se livrar da dor do corte recém aberto em seu braço e perna para ajudar a menininha que chorava, foi quando vi que não, talvez aquela ideia não fosse impossível.

Mina não era como seu pai ou como seu irmão. Talvez por influência de alguém em sua vida, talvez Momo, a garota que ela tanto falava, mas ela de fato não era aquilo. Mina era diferente e pelas histórias que ela me contava, ela já tinha a pequena flama da revolta em seu coração.

Só precisava de alguém para inflá-la.

— Sim. Ela vai ser.

— Como pode ter certeza, Son?

Suspirei me ajeitando na cadeira.

— Eu tenho visto nela algo que nunca esperei ver. Ouso dizer que estou gostando de sua personalidade. Sana também gostou dela, não sou a única a enxergar que isso é possível. Preciso de mais algum tempo sob as cobertas — limpei a garganta. — No sentido de não estar fazendo nenhuma atividade relacionada a isso. Vou continuar mostrando para ela o mundo dela, e então vou sugerir. E ela vai aceitar.

Tzuyu afirmou devagar com a cabeça.

O poder que ela emanava chegava a me estressar um pouco. Chou Tzuyu era a pessoa mais poderosa que eu já conheci. Poderia dizer facilmente que ela é maior que o rei.

— E eu vou ter que entrar nisso, correto?

— Vamos seguir com os planejamentos estratégicos. E precisaremos de armamento. Não vai ser uma guerra fácil e de fato sangue será derramado, não tem como escapar, nós duas sabemos disso.