INTO FIRE ━ golden era [2]

𝟭𝟵. a completely idiot

chapter nineteen,
a completely idiot.

O final das férias estava chegando e uma das coisas mais comentadas entre a comunidade bruxa era o ataque de Comensais da Morte na final da Copa de Quadribol, e, por mais que não estivessem se falando, Minerva nunca ficara tão preocupada com Arabella e como ela estava.

— Você deveria falar com ela, Minerva. — Dumbledore aconselhou, olhando para sua amiga, que andava de um lado para o outro em sua sala, pensando freneticamente.

— Ela me odeia, Alvo, duvido que ouvira uma singela palavra que saí da minha boca. — A mulher respondeu, levando a mão até o queixo. — Ela está bem? Te mandou alguma carta?

— Mandou, apenas dizendo que não se machucou e que estava tudo bem com ela e seus amigos. — O homem assegurou, ainda prestando atenção em sua amiga. — Se você está preocupada sobre O Torneio...

— Ela parece muito com a mãe, Alvo, isso me preocupa. — Admitiu, nervosa.

Um silêncio se instalou na sala do Diretor de Hogwarts, a semelhança entre Arabella e sua mãe era inegável e todos que conheciam a mulher viam muito dela em sua filha, e aquilo completamente aterrorizava Minerva.

— Arabella é sim, muito teimosa e impulsiva como Maeve, mas não acredito que ela faria metade das coisas que a mãe fez. — Alvo interrompeu, encarando Minerva. — Maeve foi criada por Primrose, não tem como compara-la com você. — Continuou, vendo a preocupação e medo nos olhos de sua amiga. — O que você teme, Minerva?

— E se o ódio dela por mim nunca diminuir, nunca sumir, Alvo? Eu sei que não tenho sido a pessoa mais doce do mundo e que talvez não tenha lidado com as coisas do jeito certo mas... — Olhou para o chão, quase como se estivesse reunindo forças, respirando fundo. — Arabella é muito jovem... Ela é inteligente mas é muito ingênua ainda, acreditará em qualquer coisa que disserem a ela sobre sua mãe, sobre mim...

— Ela te conhece, não tem com o que se preocupar. — O homem tentou tranquiliza-la, mas foi em vão.

— Molly me contou que quando Harry sumiu no ataque... Arabella ficou dizendo que era culpa dela, que ela iria para Azkaban. — Contou, com o olhar distante porém cheio de ressentimento. — O que ela quis dizer com isso?

❖ ❖ ❖

— Delia! — Arabella exclamou, vendo sua amiga na Estação de Trem.

— Ara! — A maior respondeu, a abraçando. — Como você está? Soube o que aconteceu na final da Copa.

— Estou bem, obrigada. — Respondeu, com um sorriso. Falso, mas era um sorriso.

— Vamos entrar, pedi para Zach e Suzy guardarem um lugar. — A guiou para dentro do trem, com muita animação. Tanta animação que as duas acabaram esbarrando em dois garotos e caindo no chão.

— Desculpa! — Arabella gritou, pondo a mão em sua cabeça.

Olhou para cima, encontrando os dois garotos da Grifinória com quem haviam se sentado no ano passado. O mais baixo estendeu a mão para ela, oferecendo ajuda para se levantar. Se não estava enganada, seu nome era Simas.

— Obrigada. — Ainda segurava a mão de Finnigan quando disse isso, com um pequeno sorriso.

— Não sabia que para ver você de novo eu teria que derruba-la no chão. — Ele brincou, arrancando uma risada de Ara. Desta vez era verdadeira.

— Você não me... — Arabella começou a dizer, olhando para o garoto com um sorriso.

— Nós temos que ir para o Vagão, nossos amigos estão nos esperando. — Cordelia disse, interrompendo a conversa.

— Nos vemos em Hogwarts! — A menor gritou, sorrindo para o Grifinório.

As duas então procuraram pelo vagão de Smith e Bones, e assim que o fizeram, se sentaram imediatamente, guardando suas enormes malas de modo rápido.

— E então, como foi as férias? — Susana perguntou, com um grande sorriso. Não importava o que acontecesse, Bones sempre sorria.

O quarteto ficou conversando por um bom tempo, Zacharias lamentava-se contando que sua família até comprou os ingressos para o jogo da Irlanda contra a Bulgaria, mas que seu pai ficou doente e que não puderam ir. Já Cordelia contava sobre suas férias em Londres com sua mãe, contava sobre os pontos turísticos trouxas, fascinando Arabella mais e mais.

Porém o ponto principal da conversa acabou se tornando a Marca Negra conjurada após o jogo de Quadribol e os vários bruxos com máscaras de comensais fazendo uma enorme bagunça. Arabella se encolheu ao ser perguntada sobre o assunto, mas tentou disfarçar seu desconforto apenas dizendo que correu para longe.

— Isso é tão estranho. — Susana disse, soltando uma respiração pesada. — Você-Sabe-Quem está morto mas ainda existem pessoas que seguem ele... É bizarro.

— Talvez seus seguidores estejam tentando ressuscita-lo. — Cordelia sugeriu, discretamente olhando para Arabella.

— Isso é impossível. — Zacharias assegurou, com um tom presunçoso em sua voz.

— Quem sabe existe alguém mandando nos Comensais. — Sugeriu, olhando para Smith. — E tudo tem sido bem estranho desde o nosso primeiro ano...

— Mas não era nada envolvido com as Artes das Trevas, Arabella. — Seu olhar alternava entre as garotas sentadas em sua frente. — É impossível ressuscitar alguém.

— Quem garante? — Agora quem falou fora Susana, chamando a atenção dos três.

— O ministério. — O loiro respondeu, parecendo bravo.

— Bem, o ministério mente bastante, pelo o que eu saiba. E também podem acreditar em uma mentira... — Cordelia disse, em um tom calmo constrastando com o de Zacharias.

— E como você saberia?! Só faz três anos que você é uma bruxa de verdade. — Exclamou, sendo metralhado por olhares de Arabella e Susana, enquanto o de Cordelia encarava os seus joelhos, sentindo um misto de vergonha e decepção.

— Sai do vagão. — Simmons disse, ainda olhando para baixo. — Agora, e não me faça te forçar.

— Você não ta falando sé... — Começou a dizer.

— Saí daqui. Agora. — Repetiu, levantando seu olhar e o encarando. Era quase possível ver a raiva da garota em seus olhos. — Pega as suas malas e saí.

O loiro então saiu, relutante, sendo quase chutado por Bones até que ele saísse. Sabiam que ele iria se desculpar pouco tempo depois, mas também não podiam pedir que Cordelia agisse como se aquilo não fosse nada demais.

— Ele não consegue ouvir ninguém falando mal do Ministério, ele quer ser Ministro da Magia um dia. — Susana contou, tentando fazer com que a Simmons se sentisse melhor. Ela não sentiu.

— Ele é um idiota. — Arabella complementou, com o olhar focado no rosto de Cordelia. — Um completo idiota.

— Eu sei. — Olhava pela janela, tentando evitar ver suas amigas. — Um completo idiota... — Suspirou.