𝟬𝟴. i won't let anything happen

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chapter eight,
i won't let
anything happen.



Chegando em Hogwarts, a primeira coisa que passou na cabeça de Arabella foi falar com seu padrinho sobre como foi em Nixia, mas teve de se conter e ir para seu dormitório trocar de roupa, assim vestindo o uniforme de Hogwarts.

Sua mente estava longe dali, pensava no homem que havia encontrado, no quão confortável ele parecia, como se a conhecesse. A garota arrumava seu cabelo em um coque, como costumava fazer quando era criança, tentando se focar em algo.

Também pensava em quão bom foi ter ficado com Cedrico no Três Vassouras, não gostava dele, muito pelo contrário, quanto mais se conheciam mais ela via ele como um irritante irmão mais velho, e seus amigos eram todos simpáticos, pareciam levemente convencidos, mas eram engraçados.

— Psiu, Suzy! — Arabella chamou, enquanto saia do dormitório, fazendo com que o olhar da ruiva se encontrasse com o seu. — O que aconteceu? Por que a Delia ficou tão brava?

— Zacharias ficou bravo porque você não estava com a gente, ela deve ter ficado irritada. — Respondeu, falando baixo.

— Ah... — Suspirou, voltando seu olhar para frente, enquanto descia uma das milhares de escadas.

O salão principal fora decorado com centenas de abóboras iluminadas por dentro com velas, uma nuvem de morcegos, muitas serpentinas laranja vivo que esvoaçavam lentamente pelo teto tempestuoso como parecendo luzidias cobras de água. Estava lindo. A festa também fora incrível, tudo havia sido extremamente divertido, por mais que Arabella não tivesse falado nem com Zacharias ou Cordelia, mesmo se sentando perto de ambos.

— Ei, Harry! — Arabella chamou, indo até a mesa da Grifinória.

— Oi Ara. — Ele respondeu, sorrindo. Era óbvio, para ela que tanto conhecia Harry, que ele estava chateado por não conhecer Hogsmeade.

— Posso ficar aqui para ver o espetáculo dos fantasmas com o meu amigo? — Sorriu, fazendo com que o garoto fizesse o mesmo.

— Claro!

A garota se sentou ao lado de Potter, chamando atenção da mesa da Grifinória para si, mas ela não se importava. Rony parecia incomodado, não dizia nada mas toda hora ele começava a dizer algo e se interrompia, nunca chegando em lugar algum.

A festa acabou e o dono dos óculos redondos parecia realmente animado, todos foram se levantando até que Malfoy gritou:

— Os dementadores mandaram lembranças, Potter!

A expressão feliz de Arabella se fechou, aquilo não havia afetado Harry, mas em compensação a Vaughan queria matar o garoto ali e naquele momento. Quase acostumados com aquilo, Rony e Hermione se levantaram e se puseram ao lado da morena, prontos para impedir que algo acontecesse.

— Eu vou falar com ele. — Arabella disse, fazendo com que o trio de ouro arregalasse os olhos, prontos para segura-la. — Não tentem me impedir! — Avisou, correndo em direção ao dono de cabelos loiros, quase brancos.

Assim que finalmente avistou Draco, Arabella sorriu. O mesmo sorriso que tinha em seus lábios quando deu uma surra no Malfoy.

— Malfoy, que tal a gente conversar? — Perguntou, cruzando os braços. Grabbe e Goyle foram para a frente do garoto, que não se deu o trabalho de responder. — Qual é, Draco! É só uma conversa!

— Dá última vez que a gente conversou você quebrou o meu nariz! — Respondeu entre dentes. Arabella gargalhou.

— Quem diria que você é um grande medroso! — Soltou pequenas risadas enquanto falava, com um tom irônico. — Um grande e idiota covarde que se esconde atrás de uma muralha porque tem medo de uma garota de um metro e meio.

Riu sozinha, negando com a cabeça.

— Não vou gastar meu tempo com você, é ainda mais patético do que imaginava.

E então a Vaughan saiu de perto os Sonserinos, se deparando com uma confusão.

Algo estava errado. Muito errado. A Mulher Gorda desaparecera do quadro, que foi cortado de modo que as tiras de tela se amontoavam no chão, e de algum modo isso tinha algo a ver com Sirius Black.

❖ ❖ ❖

O padrinho de Arabella mandou todos os alunos voltarem ao Salão Principal, todos parecendo extremamente nervosos.

— Os professores e eu precisamos fazer uma busca meticulosa no castelo — Dumbledore avisou aos alunos quando os professores McGonagall e Flitwick fecharam as portas do salão que davam para o saguão. — Receio que, para sua própria segurança, vocês terão que passar a noite aqui. Quero que os monitores montem guarda nas saídas para o saguão e vou encarregar o monitor e a monitora-chefes de cuidarem disso. Eles devem me informar imediatamente qualquer perturbação que haja.

O Prof. Dumbledore parou, quando ia deixando o salão, e disse:

—  Ah, sim, vocês vão precisar...

Com um gesto displicente da varinha, as longas mesas se deslocaram para junto das paredes e, com um outro toque, o chão ficou coberto por centenas de fofos sacos de dormir de cor roxa.

— Durmam bem. — Disse o Prof. Dumbledore, fechando a porta ao passar.

Arabella observou a figura de seu padrinho ir sumindo enquanto pensava. Como Sirius Black entraria em Hogwarts?

— Ei, vem pra cá. — Cordelia chamou, tirando a foco da garota, que caminhou até sua amiga. — Dorme do meu lado.

— Claro, Delia. — Ela respondeu, vendo o quão preocupada a Simmons estava. — Ei? Eles vão achar o Black tá? Vai ficar tudo bem. — Puxou a Lufana para um abraço, onde a mesma apoiou sua cabeça no ombro de Arabella, apertando o abraço.

— Eu só to tão assustada... — A mais alta disse, suspirando. Arabella a abraçou com mais força ainda.

— Tudo vai voltar ao normal, ok? Eles vão achar Black e esses dementadores vão embora. — Ela disse, olhando para os olhos da garota.

— Tudo bem...

— As luzes vão ser apagadas agora! – anunciou Percy. — Quero todo mundo dentro dos sacos de dormir, de boca calada!

— Quiri tidi mindi dintri dis sicis di dirmir di bici cilidi. — Resmungou Arabella, indo se deitar ao lado de Cordelia. — Quer que eu dê a mão para você? — Foi respondida por um aceno de cabeça. Arabella puxou seu saco de dormir para perto do da Simmons sem que nenhum professor visse, segurando a mão de sua amiga. — Não vou deixar que nada aconteça.

  Todas as velas se apagaram enquanto a Lufana falava com sua amiga, agora a única luz era vinda dos fantasmas prateados, que flutuavam no ar em sérias conversas com os monitores, e do teto encantado, que reproduzia o céu estrelado lá fora.

— Vai ficar tudo bem.

INTO FIRE ━ golden era [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora