Capítulo 23

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Pov Lena

Eu já imaginava o discurso que teria que fazer para o meu pai e pensar em uma maneira de sobreviver, porque ele cortaria toda a minha mesada caso eu pensasse em fazer uma graduação que ele não aprovasse, mas agora eu nem sei o que pensar e nem que faculdade escolher para poder finalmente cursar História. Kara vai ficar de boca aberta assim que eu contasse a ela.

- Filha? Está tudo bem? - Fiquei tão presa em meus pensamentos que esqueci do meu pai. - Algo que queira me contar? - Franzi o cenho e revirei os olhos.

- Quem estava me vigiando dessa vez? - Ele sorriu largo e levantou as mãos para o alto. - O seu sorriso de todos os dias te condenam.

Eu nunca tinha cogitado a ideia de contar ao meu pai que sou lésbica, apenas minha mãe sabia e apesar de sentir que meu pai sempre desconfiava eu nunca joguei as cartas na mesa e disse Eu sou, mas acho que está na hora de falar sobre Kara com eles mesmo sabendo que meu pai odiava os Zor-El.

- O Senhor me tirou da escola no horário do almoço, nada mais justo do que me levar para comer. - O seu sorriso se alargou mais ainda e me senti culpada por ignorar seus pedidos para me ver no meu intervalo.

- Então vamos pequena Luthor.

Estava mais que na hora de falar toda a verdade e jogar limpo com meu pai, se ele iria gostar do meu envolvimento com Kara eu não sei, mas não custava tentar.

Saímos do pequeno prédio e entramos no carro, não demorou muito e logo estávamos atravessando Nova Iorque, meu pai não conseguia tirar o sorriso do rosto e nem mesmo o trânsito infernal conseguiu isso. Ele estava tão a vontade que tirou seu paletó, sua gravata e abriu os dois primeiros botões de sua camisa social, tirou as abotoaduras guardando elas em uma caixinha, dobrou as mangas até o cotovelo e colocou seus óculos escuros.

- O Sr. está parecendo aqueles velhos que acham que tem 20 anos de idade. - Ele abaixou os óculos e piscou para mim, fazendo eu gargalhar ainda mais alto.

- Eu tenho 20 anos mocinha. 

Tinha tanto tempo que eu não via meu pai assim relaxado como se não tivesse problemas, seus dias eram cheios de reuniões e telefonemas importantes, estava a cada mês em um país diferente tentando um contrato novo a cada dia, que ter ele aqui nesse momento no meio de uma semana me fez ver que eu sou mais importante que qualquer Luthor Corp.

ao restaurante e no mesmo instante fomos levados a uma mesa, meu pai era muito conhecido nessa parte e qualquer restaurante em que íamos éramos sempre bem tratados, o nosso dinheiro e nosso nome era responsável por 90% dessas ações, mas sempre existia alguns que nem sabiam da nossa existência e o atendimento era excelente como sempre.

O almoço foi agradável, ele me falou sobre a LuthorCorp como se eu entendesse 1% do que ele dizia, sobre a nossa viagem de fim de ano e sobre como sentia falta de Lex, afinal todas as vezes que meu irmão ia para casa era um clima pesado e os dois não conseguiam manter dez minutos de diálogo sem discutir.

Esperei até a sobremesa chegar e quando ele estava quase terminando de comer eu suspirei alto, ele me olhou fixamente e largou a colher, limpando sua boca logo em seguida.

- Vai me dizer o que tem para dizer ou vai desistir? - Antes que eu pudesse dizer, a garçonete aproximou-se com duas xícaras, às deixando na mesma no mesmo silêncio com o qual se aproximou. - Eu te conheço bem o suficiente para saber que quer me contar algo importante.

- Eu não sei como começar.

- Que tal do começo? - Mexeu seu café e tomou um gole.

- Eu estou apaixonada, nunca me senti assim antes, sinto como se eu estivesse preenchida de uma felicidade que eu não sabia que existia, eu mal consigo segurar o sorriso ou a risada, tudo é tão natural que quando me dou conta já estou perdidamente apaixonada em seu sorriso, estar com ela é como poder tocar o céu e esquecer de todo o resto, é sentir meu coração acelerar a ponto de parecer que vai sair pela minha boca, minhas mãos tremem e as vezes me sinto uma ameba quando não consigo formar uma frase coerente porque seus olhos tiram toda a minha atenção. - Falei quase tudo em um fôlego só e vi meu pai com um brilho diferente no olhar.

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