O que nos Conecta

26- A Caverna das Charadas

CHERYL Point of View

Quando a charada ficou visível, eu a leio com bastante atenção, sei que agora não é uma situaçãode vida ou morte, então posso pensar com cautela:

"O que é o que é
Que todo mundo ganha, mas ninguém escolhe
Que mesmo não escolhendo, todo mundo usa
Que não pode ser roubado, mas pode ser copiado
E que mesmo sendo seu, os outros que usam mais"

Fragmentei a charada em cada frase para ficar mais facil. "Todo mundo ganha, mas não escolhe", o que seria comum a todos? Seria à todos os Metamorfos? Ou só aos humanos? "Todo mundo usa", seria alguma roupa? Calça, blusa, meias? Não, ficaria desconexo com a primeira parte. O que seria meu, mas os outros que usam? Não pode ser roupa, nem algum acessório. É algo único mais ao mesmo tempo universal. Algo meu, que eu não escolhi, que os outros usam...

- Nome! Meu nome!- a charada some e outra frase toma seu lugar. "Qual seu nome?"- Cheryl Blossom.- ao responder, a pedra que tampava a entrada move magicamente para o lado, me permitindo entrar na primeira câmara.

Assim que entro, a rocha atrás de mim volta a tapar a entrada e a caverna é totalmente iluminada por uma luz que parece do Sol, mas deve ser apenas magia. Ando até o meio da câmara e olho em volta. Na parede a minha frente, a segunda charada aparece.

"Você pode me ter, mas não pode me segurar.
Me ganhar com dificuldade,mas me perder com facilidade.
Se tratada com cuidado, posso ser ótima.
Mas se traída, vou me quebrar para sempre."

- Isso poderia ser um pouco mais fácil...- reclamo.

De repente, o chão da caverna treme, e quando olho para trás, noto que o chão ia aos poucos desmoronando. Quando Heather disse que a câmara iria dar dicas, não achei que seriam no modo que iria tentar me matar. Ok, pensa rápido, Cheryl.

Se eu não posso segurar é porque é algo abstrato. Meu olhar varia entre o chão se quebrando e a charada na parede. Algo abastrato que pode se conseguir, deve ser uma emoção. O que se perde quando se traí? Amor? Felicidade? O buraco estava chegando perigosamente perto de mim, droga. O que se pode quebrar?! Alem desse chão que vai me engolir! Quebrar um acordo? Acabar com uma amizade? Ou um relacionamento?

De repente, uma corda fina cai do teto e eu não penso duas vezes antes de me segurar na corda e enrola-la na minha cintura e num dos pulsos. O chão abaixo de mim desmorona completamente no mesmo instante, e debaixo dele tinha pedras em forma de espinhos.

Algo abstrato que se quebra. Algo abstrato que se quebra... A corda do nada se abaixa, me fazendo gritar assustada, e eu fico mais perto dos espinho. Heather disse que ia ser um teste, que é sobre mim. O que eu quebrei? A corda abaixa mais uma vez. Droga, isso que dá confiar em magia desconhecida.... Pera.

- Confiança! É Confiança a resposta!- O chão volta a ser suspenso, sem um rachadura sequer, como se nada tivesse acontecido. Me solto da corda e caio em pé. Na parede, a charada é substituída por outra frase: "Mesmo tendo quebrado a confiança de pessoas que se importam com você vindo aqui, ainda deseja continuar?"

Realmente era sobre mim, o chão se quebrando representou a quebra de confiança, a corda representou eu te acreditado numa pessoa como a Heather e isso quase me matou, e a situação como um todo representa que eu não falei a verdade para Toni e ela provavelmente vai se sentir traída. É eu quebrei a confiança dela. Mas já que estou aqui...

- Eu quero continuar.- A parede se abre, formando uma passagem. Ao passar por ela, eu entro em outra câmara, uma que é perfeitamente redonda, mas fora isso, é igual a anterior.

Espero a terceira charada aparecer na pedra e já me preparo para o que pode acontecer em seguida. As letras brilham e a charada aparece.

"O que é que pode rastejar ou voar, mas nao tem mãos, nem pernas nem asas?
Que é inofensivo, mas devora animais, árvores e gente?
Rói ferro, morde aço; e moe pedras duras?
Mata reis, destrói cidades e derruba montanhas?
Que nós matamos, mas ele que nos enterra."