Capítulo 21

195 23 1
                                    

Meu despertador não tocou naquela manhã. Não sei como, consegui acordar no horário. Na verdade, acordei até antes do horário em que meu despertador tocaria. Os braços de Han ainda estavam em volta do meu corpo e ele dormia tranquilamente. Tentei me livrar do seu abraço delicadamente para não acordá-lo, mesmo a contragosto. Não fui bem sucedida na minha tentativa. Han continuou me prendendo na cama e resmungou quando tentei me soltar de novo.

- Nós temos que trabalhar, Han. - falei, tirando seus braços da minha cintura.

- Eu não quero. - reclamou. - Quero passar o dia deitado, agarradinho com você.

- A gente pode ficar deitado agarradinho depois, meu anjo. Agora temos que trabalhar. repeti, finalmente conseguindo sair de baixo das cobertas e levantar.

O frio lançou meu corpo, me fazendo tremer. Nós tínhamos desligado o aquecedor na noite anterior, então estava congelante no quarto. Foi nesse momento que percebi que ainda estava sem roupa. Peguei apressada minhas roupas de trabalho no armário e fui para o banheiro me vesti e fazer minhas higienes matinais.

Eu fui para a cozinha, mas Jisung não estava lá. Voltei para o quarto atrás dele. O bendito estava jogado na cama, dormindo de novo.

- Han. Nós. Temos. Que. Trabalhar. - falei, balançando ele.

- Não. Dormir é mais legal. - respondeu, cobrindo o rosto com a coberta.

- Nunca neguei isso. Vem, levanta. - mandei, puxando ele pela mão.

Han finalmente se rendeu e levantou da cama. Eu deixei ele sozinho e fui para a cozinha preparar o café. Estava despejando a água no filtro quando senti Jisung me abraçar por trás. Ele apoio o rosto nas minhas costas e começou a resmungar, de novo.

- A gente precisa mesmo ir trabalhar? Um dia sem trabalho não vai matar ninguém.

- O dinheiro não vai cair magicamente na minha conta, Jisung. Pensa que hoje é sexta e que podemos dormir amanhã o dia inteirinho.

- Afe, não quero trabalhar.

- Sério? Não tinha percebido. - falei sarcasticamente.

Nós tomamos o café da manhã depois seguimos para o nosso trabalho.

- Transou ontem a noite, né, madame? - perguntou Somin assim que sentei na cadeira ao lado da sua.

- Bom dia pra você também, delicadeza em pessoa. Por que acha isso?

- Você está radiante as sete horas da manhã. De duas, uma: você transou ontem ou ganhou na loteria.

- Infelizmente não tive a sorte de ganhar na loteria ainda. - respondi, me virando para a tela do meu computador.

- Sabia! Eu sempre estou certa.

- Convencida. - falei, revirando os olhos.

- Tá, deixando sua vida amorosa perfeita de lado, tenho algo para te contar.

- Diga.

- Eu tenho um encontro hoje! - falou animada.

- De novo? E quem é o abençoado da vez?

- Um dos trabalhadores do prédio. Nos conhecemos ontem no refeitório. Eu estava comendo sozinha, aí ele se aproximou e perguntou se poderia almoçar comigo. "Poderia me conceder a honra de almoçar com você" ele disse. Tão cavalheiro.

Eu ri. Tenho que admitir que a fala do homem parecia saída de um livro da Jane Austen.

- Será que você finalmente encontrou seu príncipe encantado do trabalho?!

- Ai, assim espero. Essa vida de solteira não tá fácil. Mas não vou ter grandes esperanças. A minha última experiência não deu muito certo, como você bem sabe.

Concordei com a cabeça, me lembrando da vez em que ela foi na minha casa. Fiquei feliz pela sua nova oportunidade. Só espero que dessa vez ela não saia machucada.

Em Busca das ConstelaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora