Capítulo 4

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Han POV

Já eram quase oito e meia da manhã quando cheguei no trabalho. Entrei no prédio comercial e logo fiquei meus olhos no balcão da recepção. A garota de nome desconhecido estava lá. Sua cabeça estava baixa quando me aproximei.

- Oi, garota das informações!

Ela não olhou para mim. Pude ver os músculos do seus ombros se retesarem. Ela estava com medo de mim?

- Oi?

- Em que posso ajudar? - ela perguntou, ainda com os olhos fixados no chão.

- Pode começar olhando para mim. Já ajudaria bastante. - respondi, com um sorriso no rosto.

Ela hesitou por um momento antes de levantar o rosto e olhar para mim. O sorriso que há pouco havia se formado no meu rosto sumiu em um segundo.

- O que aconteceu?! Por que seu rosto está roxo?!

- Eu, er... Bati meu rosto? - sua resposta soou mais como uma pergunta do que uma afirmação.

- Bateu... o rosto? - perguntei, desconfiado. - Quem bate o rosto perto do olho, e tão forte assim?

- É verdade.

- Bom, você sabe que eu não acredito, né? - ela me olhou com uma expressão de surpresa. - Enfim, o trabalho me chama. Você tem um intervalo na hora do almoço, não?

- Eu... sim. - respondeu.

- Ótimo. Vamos almoçar juntos, pode ser? Quem sabe assim você me fala a verdade e podemos conversar melhor.

Terminei minha frase com um sorriso no rosto e acenei, me despedindo dela. Não dei oportunidade para ela me responder. Apenas assumi que ela iria comigo.

Eu passei pela catraca e subi os doze andares até o meu escritório. Meu amigo ainda não estava lá. Eu sentei na minha mesa, liguei meu computador e comecei o meu trabalho. Eu tentava focar na tela à minha frente, mas a imagem do rosto da garota não saía da minha cabeça.

Ia ser difícil manter a concentração.

- Quem você está esperando? - Minho perguntou ao meu lado, impaciente.

- Alguém.

- Ah, não. Você jura?

- Juro juradinho. - falei, me virando para meu amigo a tempo de ver ele revirando os olhos. - Pode ir comer, seu chato. Não precisa me esperar.

- Vou mesmo. Se eu esperar mais um minuto morro de inanição. - agora foi minha vez de revirar os olhos.

- Dramático.

Minho se afastou mandando um beijinho no ar.

Eu estava esperando a garota. Não acreditava que ela fosse ir de fato, mas tinha esperanças de que ela aparecesse. Eu já estava desistindo de esperar, até que a voz de alguém me chamou a atenção.

- Oi.

Eu levantei meu olhar do celular e me deparei com a garota que eu estava esperando.

- Você veio! - soei mais animado do que pretendia. - Vamos comer, vem.

Eu estendi minha mão para ela, mas logo a puxei de volta. Não tínhamos intimidade para isso, e a garota parecia ser extremamente tímida e reclusa.

Nós entramos na área do restaurante do prédio onde trabalhávamos e pegamos o nosso almoço. Escolhemos uma mesa mais afastada para nos sentarmos. Nós começamos a comer e ficamos em silêncio por um bom tempo. Se eu não puxasse assunto, não iríamos falar nada.

- Ok, agora você vai falar a verdade sobre onde conseguiu esse hematoma?

- Eu já falei a verdade. Bati meu rosto.

- Caiu de cara na quina de uma mesa? - pude ouvir uma risada baixa vinda dela. - Você pode confiar em mim, tá?

- Foi... foi meu namorado.

Pera aí. O namorado?

- O seu namorado bateu em você?! Que tipo de homem bate em uma mulher?

- O tipo "Meu namorado".

- E por que ele te bateu? Não que haja um motivo plausível para tal ação, mas ele deve ter dito o motivo dele, não?

- Na verdade, você.

- Pera, eu? Como assim?

- Ontem você me deu tchau, lembra? - concordei com a cabeça. - Eu sorri para você, é meu namorado surtou.

- Meu deus, qual é o problema dele?! - a garota deu de ombros. - Por que você não termina com ele?

- Sinceramente? Eu não tenho mais ninguém na vida, e não quero perder a única pessoa que já disse que me ama.

- Você... ama ele?

- Já amei. Nosso relacionamento há muito virou algo sufocante para mim, mas não consigo sair. Ele já me ameaçou, psicologicamente falando. Disse que iria morrer sozinha, nunca ia ser ninguém na vida e que moraria na rua se eu terminasse com ele, já que dividimos o mesmo apartamento.

- Então você quer terminar com ele. - em parte, fiquei feliz com o fato, apesar do motivo horrível por trás.

- Ahn... sim.

- Eu posso te ajudar.

- Como? - ela perguntou, desconfiada.

- Bom, temos um claro caso de abuso doméstico aí. Eu tenho um amigo advogado. Ele pode nos ajudar, caso as coisas fiquem... bom, complicadas. Mas é, principalmente, para impor respeito mesmo.

- E por que você quer me ajudar? Essa é a segunda vez que nos vemos na vida. E é a primeira que conversamos.

- Eu só... gostei de você. - disse, levemente envergonhado. - E você não está na melhor das situações, e não gostaria de ver ninguém passando pelo mesmo que você, mesmo que eu não conheça a pessoa.

A garota ainda estava desconfiada; dava para ver em seu rosto. Mas ela queria aceitar, queria ajuda.

- Ok, pode ser.

- Ótimo! Posso ver se meu amigo está disponível hoje, assim já podemos nos livrar do seu namorado. Ops, digo, te livrar dessa situação.

Ela riu com o meu erro proposital. Ela era tímida e fechada em parte, mas estava claro que era por conta do namorado. Ela parecia ser alguém extrovertido, que teve sua alma amarrada e não podia se soltar.

- Ah, mas seria bom se eu soubesse o seu nome, não? Ou quer que eu te chame de "garota das informações" para sempre?

- Nós vamos continuar se vendo depois de eu me livrar de Thomas? - Thomas? Deduzi que esse fosse o nome do namorado dela.

- Se depender de mim, você não vai se livrar da minha presença tão facilmente. - respondi, sorrindo. Ela riu de novo. Sua risada era... adorável.

- Ok, ok. Eu tenho que voltar para o trabalho agora, senhor esquisito.

- Han ou Jisung, por favor. Assim eu pareço um estranho!

- Ok, Han. Até depois. - ela disse, se levantando. - Ah, e só para constar, me chamo (S/N).

(S/N). A nova razão dos meus sorrisos.


...

Pergunta rápida: quem aí também odeia o namorado da (S/N)?? 

Véi, eu odeio o personagem q eu mesma criei kksksks

Enfim, espero que gostem e desculpa qualquer erro! <3

Em Busca das ConstelaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora