O som da chuva batendo na janela ajudava a deixar um ambiente calmo no quarto. Hoje o desconforto estava enorme e eu estava tentando espairecer. Tentava me distrair com o universo descrito nas páginas à minha frente. Não estava sendo muito bem sucedida, entretanto. Aparentemente, minha filha tirou o dia para brincar de futebol dentro do meu útero.
A geladeira estava praticamente vazia, então precisávamos ir no mercado. Como eu estava me sentindo indisposta e desconfortável, Han foi sozinho. Por esse motivo, só estava eu em casa. Meus pais já tinham voltado para o Brasil, então não pude os chamar para me fazer companhia. E, como estava chovendo muito, não quis chamar Somin para vir aqui. O apartamento estava estranhamente quieto, salvo os trovões que eu ouvia esporadicamente.
Desisti do livro. As palavras não estavam conseguindo prender minha atenção. Joguei o objeto na cama e peguei o controle na mesa de cabeceira. Liguei a televisão e coloquei no Netflix. Nem iria perder meu tempo navegando pelos canais, não ia achar nada que preste mesmo.
Coloquei Friends para assistir. Esse seriado era sempre uma boa opção; era divertido e prendia meu foco. Eu coloquei para reassistir o primeiro episódio da primeira temporada. Estava assistindo Rachel entrar vestida de noiva no Central Perk quando outra coisa chamou minha atenção.
O som da chuva estava alto, mas um barulho ainda mais alto chamou minha atenção. Algo parecido com uma batida forte. Eu levantei da cama e olhei para fora pela janela. Não dava para ver muita coisa, então segui para a sala. O desconforto me fez ser lenta. Quando alcancei a sacada, um som de sirene se fez presente.
As gotas de água estavam grossas e elas caiam com força e rapidamente. Por esse motivo, foi meio complicado enxergar além delas. Tive que forçar muito a vista para ver o que estava acontecendo lá embaixo. Como morávamos no segundo andar, foi um pouco mais fácil de distinguir o que estava presente lá.
Havia vários carros parados em diferentes direções e várias pessoas estavam fora de seus veículos. Elas estavam em torno de algo, algo que era o foco de todos. Eu tentava distinguir exatamente o que estava ali no centro.
Uma ambulância entrou na cena.
Meu coração afundou no peito.
Aquele carro vermelho era inconfundível.
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Em Busca das Constelações
FanfictionO medo é sempre o grande responsável por fechar nossas portas. (S/N) morava no país que sempre quis, tinha um emprego e um namorado. Estava em um relacionamento abusivo e seu trabalho era entediante, mas o medo nunca permitiu ela de desfazer esses...