- Vem, (S/N). Vamos. - chamou Chan.
Eu não conseguia me mover. A ambulância lá fora já tinha ido embora há muito tempo. Eu estava paralisada, em estado de choque.
Pelo que consegui entender do que Chan disse desde que entrou no apartamento, Minho o pediu para me buscar. Aparentemente, o menino era um dos contatos de emergência de Jisung.
Chan teve que me puxar pelo braço até seu carro. Eu fiquei encharcada enquanto andava até o veículo. Depois de estar protegida da chuva, ainda sentia um líquido escorrendo pelas minhas bochechas.
Eu estava chorando. Descontroladamente.
Chan tentou me acalmar segurando minha mão enquanto dirigia na velocidade limite. Meus soluços começaram a ficar mais altos, comecei a tremer da cabeça aos pés. Nem o desconforto na barriga que sentia mais cedo conseguiu tirar a atenção da dor que estava sentindo.
Era Jisung naquele carro.
Eu estava desesperada. Não conseguia raciocinar direito. Não conseguia internalizar o fato de que Han, meu marido, tinha acabado de sofrer um acidente. Nada disso parecia certo.
Nem percebi quando chegamos ao hospital. Chan saiu do carro e abriu a porta do passageiro, me ajudando a sair e entrar no local. Assim que entramos na sala de espera da área de emergência, consegui distinguir Minho andando de um lado para o outro. As lágrimas deixavam minha visão embaçada e minha tremedeira dificultava minha caminhada.
- Como ele está? - perguntou Chan assim que paramos ao lado de Minho.
- Não sei. Me ligaram agora há pouco e eu vim o mais rápido possível. Pediram para eu esperar. - ele respondeu. Dava para perceber que ele estava segurando o choro. - Como está, (S/N)?
Não consegui responder. De qualquer forma, era uma pergunta retórica. Ele sabia a resposta.
Eu sentei em uma das cadeiras no local. Não aguentava mais ficar em pé. Chan sentou ao meu lado e passou o braço pelo meu ombro. Minho continuou em pé.
Meu dedão que estava sofrendo com o meu nervosismo. Eu arrancava a pele dele sem dó nem piedade. Uma pontinha de sangue apareceu na lateral do dedo. Minho também arranjou seu próprio jeito para tentar relaxar. A unha já estava tão curta que daqui a pouco ele já teria a arrancado.
Eu estava encarando o chão quando percebi a sombra de Minho se movimentar. Eu levantei a cabeça e vi ele andando na direção de um homem com jaleco branco. Eu queria ir até lá, mas eu não tinha forças para me levantar e caminhar. Não demorou muito para que Minho voltasse até nós. Seu rosto não revelou nada, me deixando ainda mais angustiada. Acabei levantando, mesmo contra a vontade das minhas pernas.
- E aí? O que ele disse? - perguntou Chan, se levantando atrás de mim.
Minho não tirou os olhos do meu.
- Ele não... Ele não conseguiu.
Meu mundo acabou ali. Minhas pernas cederam e eu senti meus joelhos baterem no chão. Os dois garotos se abaixaram ao meu lado, Chan passando a mão nas minhas costas enquanto Minho me abraçou forte. As lágrimas tomaram conta de mim.
- Eu sinto muito, (S/N). Eu sinto muito mesmo. - Minho disse enquanto me apertava mais em seus braços.
Eu afundei meu rosto no peito de Minho, encharcando a blusa dele com as minhas lágrimas. Enquanto tremia, senti algo escorrer pelas minhas pernas e molhar o chão ao meu redor.
- Enfermeira! - gritou Chan. - Alguém? A bolsa dela estourou.
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Em Busca das Constelações
FanfictionO medo é sempre o grande responsável por fechar nossas portas. (S/N) morava no país que sempre quis, tinha um emprego e um namorado. Estava em um relacionamento abusivo e seu trabalho era entediante, mas o medo nunca permitiu ela de desfazer esses...