𝑛𝑒𝑣𝑒𝑟 𝑡𝑜𝑜 𝑙𝑎𝑡𝑒 ❦ 𝑟𝑢𝑘𝑒

41 | 𝒽𝑜𝓌 𝓈𝒽𝒾𝓉 𝒸𝒽𝒶𝓃𝑔𝑒𝓈

Durante as últimas semanas, a vida de Luke passou por inúmeras reviravoltas. Ser expulso de casa, mudar-se para a casa do Alex e visitar a irmã internada não era exatamente a rotina que ele estava imaginando, especialmente que mesmo Alex sendo seu melhor amigo, ele não era exatamente a melhor pessoa para dividir um apartamento, já que enquanto um era desorganizado e não se importava com nada, o outro era o oposto. Por isso, alguns conflitos desnecessários eram bem comuns, mas mesmo assim Luke continuava feliz por ter alguém que lhe prestasse apoio.

— Pizza? — Luke questionou com as sobrancelhas erguidas quando Alex disse o que tinha para o almoço. – De novo?

Alex cruzou os braços tranquilo, se apoiou na parede da cozinha enquanto se preparava para ver o amigo surtar pela vigésima vez na semana.

— Luke, que besteira. Qual o problema?

Luke revirou os olhos, depois olhou para o loiro cuja tranquilidade dava uma enorme vontade de encher-lhe a cara de socos.

— O problema é que desse jeito você não vai nem aguentar chegar aos 50!

Alex segurava a risada porque Luke era extremamente neurótico e chegava a ser engraçado. O moreno percebeu que o melhor amigo realmente não dava a mínima e retrucou mais uma vez, sem sucesso.

— Sabe, eu tenho que sair mesmo. Não vou almoçar aqui, não precisa se preocupar comigo.

— E em algum momento você pensou que eu me preocupasse? — Alex debochou. Luke fez uma cara feia e levantou o dedo do meio para ele, antes de pegar suas coisas e sair do apartamento.

Sextas-feiras eram os dias separados exclusivamente para visitar Aimee na clínica de reabilitação. Luke sabia que ela se sentia sozinha e com saudades do ambiente familiar, por isso ele decidiu tirar um dia específico para fazer-lhe companhia. No dia de hoje não foi diferente, ele chegou um pouco mais tarde do horário liberado para visitas por conta do trânsito.

Após passar pela recepção e informar sobre a sua visita, Luke entrou na grande sala de visitas, avistando em uma mesa mais distante a irmã já sentada, coisa que ele estranhou pela demora em que geralmente transferem os pacientes para ver os visitantes, mas ele deu de ombros depois.

— Você demorou demais. — Ela falou emburrada quando Luke sentou-se na cadeira de frente para ela.

— Eu sei, desculpa, foi o trânsito. — Ele disse. — Então, como você está?

— Muito bem. — Aimee disse e o irmão suspirou aliviado. — Só estou sentindo saudades da Mack... Você tem certeza que não pode trazê-la aqui? — Ela perguntou receosa com os olhos pidões. Luke respirou fundo, ele sabia mais que ninguém o quão Aimee estava mal por estar há semanas sem contato com a filha, mas as regras eram muito restritas quanto à crianças nesse ambiente, o que lhe deixava ainda mais triste.

Luke fazia o possível para deixar a sobrinha feliz e evitar pensamentos maldosos que a fizessem chegar à conclusão de que a mãe teria lhe abandonado, mas de vez enquanto as perguntas que Mackenzie fazia sobre onde a mãe estava eram mais complicadas de responder. Com a ajuda dos amigos, entretanto, ele conseguia se virar bem durante todo esse período conturbado.

— Não, Aimee, você sabe que não... É o melhor pra ela, ok? — Ela desviou o olhar tristemente. — As crianças não têm muita noção de tempo, então para ela vai passar mais rápido e logo você estará junto com ela.