Um Tritão e forçado a conviver com um humano após uma série de eventos desastrosos.
Toca ao humano a difícil tarefa de guardar o segredo do Tritão enquanto cura suas feridas físicas e emocionais.
O perigoso passado do Tritão bufa em seu pescoço...
< É considerado um terrível pecado a um ser marinho ou qualquer ser mágico misturar-se com humanos depois da “grande separação”. Humanos são perigosos demais, ambiciosos demais, monstros abomináveis que faziam qualquer atrocidade para atender seus desejos. Só que os da minha espécie esqueceram de dizer-me que havia exceções. Havia bons em meio aos maus e cinzas. >
Shouto
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__A sua cicatrização é muito boa. Pena que quando acabar de cicatrizar vai ficar uma mancha no couro da sua cauda. O padrão de seu couro é muito bonito. Eu nunca vi um tom branco tão puro, chega a ser cintilante. – saiu de seu transe analítico e percebeu que o garoto-sereia estava vermelho e desviava o olhar. A primeira reação que condizia com o adolescente á sua frente. Uma reação genuína e muito terna, estava encantado por presenciá-la.
Agora sentia-se um pervertido. Era como estivesse flertando com um paciente, isto era completamente antiético. - __Oh! Des-desculpe se incomodei. N-não era minha intensão. S-sinto muito. – terminando o serviço de troca de curativo.
Pegou o de heterocromia em seus braços e o levou até o tanque de água fria, sentando-o em um dos degraus submersos da escada.
__De verdade? Gosta da minha cauda? – disse vendo-o pelo canto do olho enquanto afastava-se. O vermelho no rosto do humano era intenso e chegava até as orelhas. Esta reação tímida fez seus dois corações bombearem com mais força. O contato de pele humana, macia e morna com a sua mais lisa e fria, parecia tão correto. Uma sensação que fazia coceguinhas em seu interior. Era indefinível em palavras, muito satisfatório e assustador.
Escutou o som de líquido sendo derramado em recipientes. Acabou por tornar-se um costume entre eles. Fazia parte do tratamento e era muito agradável.
Um momento de paz.
Midoriya ofereceu-lhe uma caneca fumegante de chá de alecrim e gengibre. O sabor era suave e ardidinho. O cheiro perfumado do chá encheu o cômodo com suas notas doces.
Estava envergonhado também com sua maldita mania de falar demais. Sentou-se timidamente ao lado do semi-albino com sua caneca de chá na mão.
__Sim... – embobado pela escultura viva sentada na escada. O corpo era musculoso, mas não demais. Sua cintura era fina, alargando-se de maneira que podia ver os ossos superficiais da estreita bacia. Inclusive o desenho em “V” que seu couro fazia, tanto na frente como atrás. Parecia tão, tão lindo. - __Você é uma bonita Sereia. – soltou em um sussurro. Levando um susto em seguida.
< Pelos deuses! Pelos deuses! Eu falei ou eu pensei?! Pelo amor de All Might! Izuku, concentre-se! Ele é um paciente, um paciente...> - seus pensamentos foram interrompidos pela voz do semi-ruivo.
__Não sou uma Sereia! Sou um Tritão. – dizendo com um pingo de indignação.
< Izuku Midoriya! Que espécie de “diarreia” verbal é essa? Não pode conter sua enorme boca?! > - gesticulando de forma desajeitada, nervosamente gaguejou um pedido de desculpa.
