CTC: Acordo triplo.

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  A amarelinha estava riscada em baixo relevo na terra. Uma pedrinha em um dos quadrados desenhados meio tortos no chão.

 __Ela não sabe pular. – afirmou uma menina na fila.

 __É muito pequena. Tinha que brincar de boneca lá no canto. – afirmou o menino na fila.

  __Eu vou ensinar ela. – afirmou um pequeno Midoriya - __Dá a mãozinha Mo-chan.

  __Tem que tomar cuidado. Ela não sabe fal...... – o pequeno Yoarashi viu sua irmãzinha menor pular desajeitadamente em cada quadrado.

  Izuku estava segurando as mãozinhas de sua irmã, explicando muito paciente como ela faria para pular em cada quadradinho. Ambos olhavam para os pezinhos desajeitados que faziam movimentos errados, mas empolgados. Momo ria, Izuku sorria e Inasa amou aquilo. Não sabia que sua irmã podia brincar no ar livre daquele jeito. Ser muda não limitava sua diversão. Quando terminou a sequência, Midoriya a levou para o fundo da fila. Era a vez de Inasa e ele jogou a pedrinha e pulou animado em seguida.

  Alguns minutos depois, a feiosa da senhora Inko surgiu com uma caixa de madeira, dessas bem simples usadas para pôr frutas e legumes na colheita. A mulher baixinha de cabelos verdes chamou as crianças e como um bando de ratos, cercaram a caixa com vivida alegria. Katsuki descreu de seu esconderijo e foi até a festa, sentou-se em um banco longe, apenas observando os “ratos” brincando.

  A caixa estava cheia de “bolinhas de gude” feitas de cerâmica, as Ohajiki; mini tamborzinhos parecidos aos Cabuletê do Deserto vermelho e Taketambo, feitos de bambu. Havia o suficiente para todas crianças e apesar de velhos, estavam em ótimo estado.

  __Obrigado mamãe! – ressonou muito animado abraçando a cintura da mulher.

  Inko passou sua mão pelos cachos verdes da cabeça de seu menino, com um sorriso doce e disse em voz alta: __Atenção! Brincar longe do fogo, meninada!

  Inasa abria sua boquinha surpreso ao ver as demais crianças pegando algum brinquedo animadamente e indo brincar em algum canto longe das mesas e churrasqueiras de chão. Sua irmã pegou encantada um tamborzinho e sem entender mostrou para os Midoriya na sua frente.

  __Querida. É assim que se usa. – agachou e mostrou para a menina.

  Momo esfregava suas mãos no cabo do tambor e as sementes nas laterais batiam no centro do objeto quando ele girava. O som era agradável e a pequena Momo agradeceu a senhora de cabelos verdes com gestos que Inko não compreendeu, mas respondeu com um sorriso. Momo virou-se e saiu correndo para mostrar o objeto ao pai.

  __Izu-chan, olha... Como faz para voar? - referindo-se ao Taketambo em sua mão.

  __É assim, Ina-chan. – o objeto era em forma de “T” com um cabo de bambu em uma hélice esculpida de maneira leve e bem rústica. Esfregou a mão deslizando o cabo que rodou e ao soltá-lo o objeto rodopiou no ar, lembrando o voo de algum inseto.

  Inasa estava encantado ao olhar em volta, vários Taketambos voando daqui para ali em voos curtos.

  O pátio estava cheio de risos.

  Momo chegou a mesa onde o pai estava e mostrou o objeto.

   Hisashi estava explanando algo muito empolgado quando a menina chegou e ao invés de ficar incomodado, sorriu e argumentou: __Sua menina é muito tranquila e ela interage bem com outras crianças, apesar das limitações.

  __Tento fazer de tudo para que ela não sinta que está limitada. Tem que ser uma criança corajosa igual a vovó. – disse satisfeito.

  A língua do barão coçou quase querendo falar que era um absurdo aquilo, mas seria brincar com fogo, depois de todo trabalho que teve contornando a situação.

Tritão e Sangue - DekuTodoOnde histórias criam vida. Descubra agora