Eda
De modo geral gosto de pensar que minha vida é organizada e não há uma linha fora do lugar.
Acordo, escovo os dentes, tomo banho, café, aula, trabalho, casa, estudar. O que muda? O dia de limpar a casa e as sextas em que me moldo ao sofá do alojamento para assistir a filmes e comer porcaria.
Bom, com excessão da última sexta em que fui arrastada a uma festa de onde saí com a opinião mais fixada na minha cabeça do que antes. EU ODEIO FESTAS.
Voltando ao meu pensamento, gosto de ter uma rotina a qual seguir fielmente. Não, eu não fui sempre assim, mas a minha vida é resumida em três partes importantes "antes do meu ex", "durante o meu ex" e "depois do meu ex".
Antes do meu ex eu era uma adolescente que sonhava com príncipes encantados. Muito antiquado? Talvez. Mas era assim que eu me via, sonhava com o belo dia em que fazendo a curva de um dos corredores da escola eu iria esbarrar com Alev — o garoto que gostava na época — nós íamos nos olhar, sentir uma conexão incrível, nossas mãos se tocariam juntando meus livros espalhados no chão, e assim em um piscar de olhos "pei" namorados até ficarmos adultos, casarmos e termos dois filhos.
Bom, descobri que a vida não é um conto de fadas. Vi Alev beijando uma de minhas melhores amigas Nina, no lugar escondido atrás do ginásio. Eu tinha 15 anos e isso partiu meu coração de duas formas diferentes. Uma por conta do garoto que eu gostava e outra por causa da garota que julgava ser minha amiga. Mas superei e aos 17 beijei pela primeira vez outro garoto que gostava — Berat — ele era lindo aos meus olhos, moreno, olhos castanhos e um sorriso com aparelho incrível.
Nosso beijo? Nada incrível. De alguma forma o aparelho dele bateu no meu dente e o resto foi bem nojento porque ele queria explorar minha garganta com a língua. Enfim, foi só um beijo, tive outros depois afinal.
Outros beijos até que conheci Demir e perdi a virgindade com ele, mas esse é assunto pra outra hora.
Demir e eu? Não ficamos juntos por muito tempo. Um ano se passou após nosso "término" até que conheci Ozan.
Ozan se mudou para perto de onde eu morava — onde meus pais moram agora — e foi assim que nos conhecemos. Ele se aproximou, soltou umas piadas que agora não vejo graça alguma e quando vi estávamos juntos.
Três meses foram necessários para que fôssemos morar juntos e eu só tinha dezenove anos. Meu plano não era ir para faculdade já que Ozan dizia que eu poderia fazer o que quisesse sem entrar em uma universidade.
Não era verdade. Queria ser artista e pintar, no entanto estava servindo mesas em uma lanchonete enquanto Ozan procurava emprego.
Eu fazia de tudo por ele. Largava tudo se ele pedisse. Amava ele mais que a mim mesma e aí você deve estar se perguntando "mas isso é normal?".
Não era. Era um relacionamento em que me entreguei de corpo e alma e não havia retorno. Mas sempre que pedia atenção e reclamava que ele estava me deixando de lado, Ozan dizia que eu era louca e estava o deixando louco de tanto reclamar.
De certa forma eu estava louca, mas não por ele por causa dele.
Peguei ele me traindo na garagem de casa quando estava voltando do trabalho porque o tempo virou e esqueci o guarda chuva.
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Confusão do Destino ✅️
FanfictionEda Yildiz e Serkan Bolat não tinham nada em comum além do ódio que ela nutria por ele. Um engano e uma dinâmica em grupo serão capazes de aproximar Eda e Serkan até descobrirem que o diferente as vezes se completa.