23.

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Eda

Sinto um leve toque arrepiar minha pele exposta, um leve roçar de uma pena delicada? Ou serão dedos? Não sei distinguir o que é ao certo mais arrepia minhas costas nuas e é um toque bom, quente e me faz querer ficar imóvel nessa posição durante mais e mais e mais tempo.

A realidade está começando a fazer mais sentido dentro da minha mente nublada pelo sono, com as pálpebras ainda fechadas sei onde estou, sei quem está me tocando, sei de quem é esse cheiro delicioso.

Sinto um sopro delicado e beijos e mais beijos de lábios que conheço bem, até que meus lábios repuxam e estou sorrindo ainda de olhos fechados. - Você está acordada amor?

A voz rouca faz cócegas na minha bochecha, a presença dele mais acentuada em meus sentidos. Sorrio amplamente e resmungo uma resposta positiva. - Temos que arrumar as malas, você precisa acordar.

Estou acordada quero dizer mas a posição, o toque, as sensações tudo é tão bom que me impede de abrir os olhos. - Acorda amor. - uma mordida em meu ombro e pronto, abro os olhos protestando.

- Você me mordeu!? - viro meu corpo completamente puxando os lençóis para me cobrir, fazendo cara de brava.

Meus olhos encontram os dele, a claridade ainda me deixando sem foco total e percebo que ele está sorrindo, o canto dos seus lindos olhos verdes enrugados. Lindo, tao lindo.

Serkan me deixou dormindo durante a tarde enquanto ia ter a grande conversa com o treinador.

- Você não acordava por nada e temos que arrumar as malas para amanhã.

Claro. Amanhã cedo vamos viajar - separados - para Los Angeles. Os meninos vão jogar lá e o treinador deixou as namoradas irem contanto que não seja no mesmo ônibus e não seja em quartos juntos. Não entendo o que o quarto muda e como o técnico pode ser tão ingênuo em pensar que os jogadores dele concordaram tão rapidamente com a condição imposta mas não me importo, vamos estar lá para torcer por eles fora de casa e talvez - se o técnico concordou - esse seja o primeiro jogo de Janete.

Balanço a cabeça assentindo, realmente preciso levantar e ir até em casa arrumar as coisas mas meus olhos estão tão pesados e cansados e....

- Não, não, não. - Serkan diz apressado quando meus olhos estão prestes a fechar de novo. - se você dormir não tem presente.

De repente minha visão foca, meus sentidos ficam alertas e eu me sento rápido no colchão. - Surpresa? Que surpresa?

Ele ri e senta sobre os joelhos com uma das mãos atrás das costas. - Ah, agora você tá acordada? Bom saber que basta isso pra você acordar em dois segundos.

Reviro os olhos. - É bom você não ter mentido sobre a surpresa cara, o que é?

- Eu não menti, cara. - ele diz ainda com um sorriso nos lábios. - fomos conversar com o técnico como você sabe e quando eu voltei parei numa floricultura e... - ele tira a mão escondida de trás das costas e coloca uma rosa branca na minha frente. Era isso que estava fazendo cócegas nas minhas costas.

Esse cara. Ah, ESSE CARA. Ele tem um coração tão bonito, tão bonito que as vezes penso que não pode ser real.

Pego a rosa e encaro seu rosto feliz olhando pra mim. Passo meus dedos em seu queixo bem desenhado e ele suspira. - Obrigada lindo, eu amei. - encosto seus lábios nos meus. Ele escora as costas na cabeceira da cama e eu me ajeito depressa - ainda enrolada no lençol - ao seu lado. - Então, o que o técnico decidiu?

Ele me puxa mais para perto e passa um dos braços sobre meus ombros, solta o ar pesado. - Ele aceitou depois de vociferar palavrões e nos chamar de insanos por achar uma ideia de Erdem boa.

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