17.

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Serkan

É uma visão muito, muito boa mesmo.

Eda deitada, nua e de bruços em minha cama, apenas a cintura coberta pelo edredom branco. Os cabelos castanhos espalhados em ondas pelo travesseiro, essa visão só pode ser o próprio pecado. A beleza dessa cena não pode ser capturada em uma foto ou pintura, ela vai permanecer na minha mente como um lembrete do quanto sou sortudo por poder presenciar esse momento único.

Acordei a algum tempo, acho que deixei essa mulher - que dorme tranquilamente agora em meus lençóis - completamente exausta por conta da maratona sexual da noite passada. Faziam semanas que não ficávamos juntos. Não juntos de dormir agarradinhos e essas coisas, mas juntos de compartilharmos o mesmo suor, não de corrida gente. Vou ser mais específico, faziam semanas que não transavamos.

Cara, acho que posso nunca me cansar dela e do quanto me sinto incrível quando estou dentro dela, ou usando minha língua para fazer saírem da boca dela os gemidos mais sexy que já escutei.

Ela se remexe quando afundo a beirada do colchão com meu peso. - Hey. - digo em um tom baixo. Pouso minha sobre as costas nuas e a observo arrepiar, mesmo não estando completamente acordada. - Vou para o treino... - ela faz menção de levantar mas eu a paro. - você pode dormir mais, sua aula começa somente as nove, ainda não são sete horas. - é incrível como gravei, em minha mente não só os detalhes do rosto dela, seu cheiro, como é a sensação dos cabelos dela enrolados em meus dedos, mas também sua rotina de aulas, do trabalho na biblioteca, o tempo que ela tira pra pintar e o quanto queria que o tempo dela comigo fosse maior.

Ela resmunga algo, acho que está concordando ainda de olhos fechados, mas sorrindo. Deixo um beijo em seu ombro desnudo e saio.

Durante a ida para o treino, durante o treino, durante os exercícios da academia tudo que vinha na minha mente era aquele encontro horrível com meu pai e sua imposição para que eu fosse até sua casa. Como eu queria fingir um desmaio só para não ter que olhar pra cara dele por tantas horas. Também veio em minha mente a reação de Eda naquele momento, como a pele dela estava quente e de repente fria, como ela apertou seus dedos aos meus, como a tensão do seu corpo - um pouco trêmulo - estava irradiando para fora. Pensei ser somente por causa do meu pai e do que já havia contado a ela sobre ele ser um babaca, mas algo dentro de mim teima em dizer que há algo mais que não sei.

Não existe nenhuma outra razão que consiga pensar que faça sentido. Minha cabeça parece a ponto de explodir.

- Você foi atacado por gatos? - alheio ao meu conflito interno, Engin no chuveiro ao lado me faz voltar a realidade.

Franzo as sobrancelhas, não entendi seu ponto. Então espero que ele continue e diga o levou a essa conclusão.

- Suas costas... - ele continua e aponta. Meu rosto deve demonstrar que ainda não entendi porque ele revira os olhos impaciente. - estão arranhadas! Parece que a noite foi boa... - meu amigo diz, o tom malicioso evidente. - tem um dos vários arranhões que vai do ombro até a curva da sua bunda.

Internamente, estou sorrindo. Não fui atacado por gatos, mas por uma gata que deixei dormindo em minha cama nessa manhã. Por fora é minha vez de revirar os olhos. - Primeiro, você está muito interessado em ficar me olhando e eca, segundo não fui atacado por gatos e terceiro não tenho que dar detalhes das minhas noites. - ou manhãs, tardes ou qualquer horário em que Eda e eu estivemos juntos.

Vez do Engin de unir as sobrancelhas. - Você nunca se importou em contar nada, vejo que ela é realmente diferente de qualquer outra garota com quem você já esteve. Que bom que se apaixonou e abriu seu coração Serkan, você merece ser feliz.

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