11.

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Serkan

Uma semana de férias e descanso antes da rotina de aulas e jogos voltar. Nada melhor que usar esse período para visitar vovó em sua casa.

Estou com ela no telefone agora. Ela está reclamando da vizinha, dona Aigul.

Acontece que dona Aigul mora ao lado da casa de dona Aylin, minha avó, e uma parte da cerca branca de madeira que divide os dois terrenos caiu.

O problema não é a cerca caída, o problema é que Janete ama irritar a senhora nervosinha que é sua vizinha, então sempre que minha avó se distrai Janete pula a cerca caída para comer da grama da vizinha.

- Você não entende Serkan, aquela mulher ameaçou Janete... - vovó solta um suspiro cansando - ela disse que vai envenenar minha bebê se ela atravessar a divisa novamente, mulher desprezível.

- Calma Aylin, respira, ela não vai fazer nada. Como seria capaz de machucar uma cabra indefesa?

- Ela não tem coração bebê, você a conhece bem.

De fato. Eu conheço bem aquela mulher afinal ela me pegou dando uns amassos com a sua neta no porão de sua casa. Ela me odeia mas, tudo bem, eu posso lidar com o ódio de uma senhora idosa que queria defender a honra de sua neta, mas não posso lidar com a ira dela com Janete.

Ninguém toca naquela cabra fofa.

- Tudo bem vovó...

- NÃO ME CHAMA DE VOVÓ!

AI. MEUS. TÍMPANOS.

- Tudo bem Aylin... - faço uma pausa e tiro o telefone da orelha para ler a mensagem que chegou de Eda. Se não fossem os gritos de minha avó na linha eu teria esquecido completamente que estava falando com ela porque fiquei tão chocado com o que recebi que paralisei.

- Você está me ouvindo Serkan? - vovó gritava ao telefone.

Volto a colocar o aparelho na orelha. - Estou ouvindo. Amanhã eu vou visitar vocês e concerto a cerca para evitar mortes, fica tranquila até lá, sem estresse por favor.

O fato é que por mais que minha avó queira parecer jovem eu me preocupo com ela morando sozinha, fazendo esforços, se exaltando. Não quero perder minha avó.

- E ah... - continuo - vou levar alguém.

- Engin? Ah eu gosto muito daquele garoto, ele é tão gentil...

Corto seus pensamentos sobre meu amigo.

- Não é Engin, é uma garota.

Ela faz uma pausa que parece eterna, chego a pensar que ela sofreu alguma síncope e desmaiou com o telefone na mão.

Começo a chama-la. Uma, duas, três vezes até que a escuto pigarrear.

- Uma garota - ela diz - tudo bem, uma garota - ela repete e eu franzo o cenho.

- Tá tudo bem mesmo?

- Claro querido! Janete e eu estaremos esperando vocês ansiosas.

- Certo, até amanhã, amo você!

- Amo você bebê!

Desligamos e eu volto minha atenção para a mensagem de Eda.

"Estou completamente nua em minha cama enorme. Uma pena você não estar aqui."
Yildiz

Essa garota, ela vai ser minha perdição. Durante esses dias que estamos transando e que estou "ensinando" coisas a ela, descobri que agora que ela está mais segura de si e do quanto pode se tornar poderosa não só na cama, Eda me mostrou uma garota escondida por trás de sua máscara de durona.

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