30.

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Serkan


Fui em busca da única pessoa que poderia me dar um pouco de conforto e acalmar meu coração depois que Eda disse que não queria mais nada comigo.

Aperto a campainha uma, duas, três, quatro vezes. Deve ser irritante, eu sei mas no momento estou me permitindo não me importar com nada além do aperto no meu peito.

— Serkan? O que faz aqui tão cedo? — a voz sonolenta e grogue diz quando a porta se abre.

Não dormi nada na noite anterior, também não comi muita coisa, somente o suficiente pensando que quando eu recuperar minha garota vou precisar de energia para não desmaiar aos seus pés caso fique sem me alimentar.

É angustiante não saber o que a está perturbando mas se ela não quer me contar eu vou descobrir, de algum jeito eu vou desvendar esse mistério.

Minha avó me recebeu vestida com seu roupão cor de rosa e pantufas do Mickey. Não são nem 6 da manhã e ela está com os cabelos revoltados e os olhos meio fechados, o cenho franzido tentando entender minha visita repentina.

— Desculpa te acordar Aylin mas... — minha voz quebra e eu não consigo me conter.

Não sei o que fazer, estou desesperado e a única pessoa que pode mesmo consertar isso é alguém que está fugindo de mim sabe-se lá porque porra de motivo.

Minha avó abre mais a porta de entrada e se aproxima, os vincos em sua testa se tornando ainda mais profundos.

— Alguma coisa com seu pai aconteceu?

Balanço a cabeça negativamente. É uma merda eu pensar isso mas meu coração não doeria esse tanto se fosse algo relacionado a Alptekin.

— Com a Eda então?

Me limito a assentir e meus ombros caem em derrota.

— Hey meu lindo menino. — suas mãos quentes seguram meu rosto e seus olhos passeiam pelos meus. — vamos entrar, tem bolo de chocolate.

Forço um sorriso para ela com a menção do meu doce predileto.

Suas mãos ainda em meu rosto afagam a minha pele, fazendo meu coração encher um pouco com o afeto tão familiar. — Seu rosto não brilhou com a menção do bolo Serkan, a coisa deve ser séria, venha. — ela diz me puxando pela mão. — vou ajeitar minha cara de sono, pôr uma roupa e então nós vamos nos sentar na sala, fazer máscaras para o rosto e se entupir de doce.

Meu sorriso se expande mais.

Minha avó e sua incrível técnica de me fazer sentir melhor.

É sempre por isso que venho até ela quando alguma merda acontece.

Antes, ela era meu bote salva vidas quando brigava com meu pai ou ele falava alguma merda que me partia em dois.

Hoje eu preciso que ela me salve de cair em um buraco profundo porque a mulher que amo se afastou de mim.

Entramos e o cheiro tão familiar dessa casa invadiu meus sentidos me fazendo sentir como um menininho inseguro.

É como se eu tivesse 12 anos de novo e tivesse corrido até minha avó depois do meu pai ter dito que meu futuro seria me tornar um lixo se continuasse chorando como uma menininha cada vez que outro garoto me derrubava em campo.

A angústia dentro do meu peito é muito parecida.

Estou perdido como naquela época.

Aylin reaparece na sala cheia de coisas na mão, cremes, máscaras, chocolates, salgadinhos e nossa fiel escudeira logo atrás em seu encalço.

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