Capítulo 47

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Cheryl Blossom Point of View

Sábado, 7:30 P.M.

O pior dia para mim. O dia mais sem cor, sem brilho, sem graça e sem nada. Nada estava bom, tudo estava péssimo. Toni ter acabado comigo, eu ter machucado ela que não querer saber da verdade e quem sabe me perdoar. Isso estava me matando! Não via um mundo em que Toni não estivesse presente. Uma parte de mim estava morrendo por dentro, em meu peito sentia uma angústia enorme e o medo me apavorava de nunca mais poder estar junto com Toni. O que eu faria sem a ela? É minha base, Porto Seguro e fortaleza. Não sabia o que fazer sem ela, me sentia perdida e vazia.

Logo quando acordei, me arrumei sem muita animação. Nem tive vontade de passar maquiagem, deixei meu rosto livre e mostrando as minhas olheiras e olhos inchados de choro. Estava, literalmente, em uma situação lamentável. No café da manhã, tomei apenas um suco. Estava sem fome e nada descia, além de algo líquido. Meu pai estava completamente preocupado e com o coração apertado por me ver naquele estado, eu sabia apenas pela sua expressão.

Não queria falar com ninguém hoje, só queria ficar sozinha, por isso, fiquei trancafiada dentro do quarto o dia inteiro e deitada na cama chorando, enviando mensagens para Toni - que não visualiza nenhuma delas e depois me bloqueou! -, foi como um soco no estômago forte e muito doloroso. Era como se estivesse me deletando por inteiro de sua vida, doía isso.

Olhei nossas fotos juntas para lembrar dos momentos em que éramos felizes e não estávamos nesse momento ruim e turbulento. Talvez, fossem as últimas recordações que guardei de nós duas juntas. Pois, Toni não quer me ouvir e se não fizer isso, nunca irá me perdoar e saber da verdade. Isso me agoniava!

[...]

11:40

A manhã passou tão rápido que nem percebi, apenas me toquei que estava na hora do almoço quando Margarete veio me chamar para almoçar. Obviamente, neguei avisando que não estava com fome e a mulher saiu. Não estava com fome e não forçaria. Não demorou muito para que eu ouvisse toques na porta, sabia quem era.

— Filha, posso entrar? — Era meu pai.

Eu não queria ver ninguém, apenas ficar sozinha chorando e olhando suas fotos com Toni. Mas sabia que meu pai não estava aguentando me ver daquela forma, sei que nele doía tanto quanto em mim.

— Entra. — Cedi.

Ele abriu a porta e entrou no quarto indo até minha cama, sentei o colchão ao meu lado se afundar e sua mão toque singelamente meus ombros.

— Filha, por que não desceu para o almoço? — Fez um carinho em minha costa.

— Não estou com fome. — Minha voz saiu fraca e baixa.

Ele suspirou.

— Mas você precisa comer, cerejinha. Pode passar mal e desmaiar...

— Não quero, pai. — Olhei para ele por cima de meus ombros.

— Não gosto de te ver assim, chorando e para baixo. — Disse com pena, notei a preocupação em seu olhar.

— Como queria que eu estivesse, pai? Eu perdi o amor da minha vida, não iria estar soltando fogos e sorrindo o tempo todo. — Disse um pouco irritada e quando percebi o modo que falei com meu pai, baixei a guarda. — Desculpa. — Pedi com um suspiro.

— Tudo bem. — Sorriu. — Está irritada e chateada com tudo o que está acontecendo, posso imaginar a dor que está sentindo.

— Meu peito estava ardendo de tanta dor que estou sentindo, papai. — Levei a mão até meu peito esquerdo. — Eu estou com medo de nunca mais ter Toni de volta, ela não quer me ouvir e saber sobre tudo. Não acredita mais em mim.

A person can change his life (choni)Onde histórias criam vida. Descubra agora