Capítulo 58

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Play - Can You Hold Me (mídia acima)

Toni não voltou para o colégio, ela foi para o hotel onde sua mãe está hospedada. Se anunciou na portaria e subiu para seu andar, quando as portas do elevador se abriram, sai e foi até a porta do apartamento de sua mãe dando toques nela. Logo foi aberta pela mulher.

— Filha...— Não deixou sua mãe terminar de falar e se joga em suas braços, chorando em seu peito. A mulher confusa, apenas afagou seus cabelos e a puxou para dentro. — Meu amor, o que aconteceu? — Ela pergunta, sentando-as no sofá.

— Cheryl e seu pai descobriram tudo, mãe. — Diz entre o choro e com a voz abafada por estar em seu peito.

— Céus...— Bárbara suspira e Toni levanta o olhar para ela, fungando.

— Mamãe, o papai mexia com coisa errada. — Conta enxugando as lágrimas de suas bochechas e a mulher suspira, abaixando o olhar. — Você sabia? — Questiona, notando sua reação nada surpresa.

— Sabia, filha. — Admite fazendo o queixo de Toni cair.

— E por que não me contou nada?! — Se levanta brutalmente do sofá, encarando séria sua mãe que suspira.

— Seu pai pediu para nunca contar a você....

— Mas ele morreu, mãe! Ele se foi e eu merecia saber a verdade! — A corta com a voz séria.

— Me desculpa, filha. — Pede se levantando do sofá, ficando a sua frente. — Eu errei em não ter lhe dito isso. — Diz com culpa e Toni passa a mão no cabelo.

— Eu pensava que o Clifford quem tinha feito mau ao meu pai, mas na verdade, era o seu irmão gêmeo, Claudius. — Conta encarando sua mãe. — Ele o ameaçou e...não o matou, mais não faz sentido, já que o papai estava morto quando cheguei em casa...

— O seu pai sofria de depressão, Toni. — Bárbara diz por cima dela fazendo-a prontamente parar de falar e olhar com os olhos arregalados para sua mãe.

— O que...ele...— Nada lhe sai, apenas processando aquela informação.

Seu mundo parou ao ouvir aquilo. Seu pai tinha depressão. Ele nunca falou. E ela nunca percebeu.

— Eu tentava botar ele pra cima dizendo pra melhorar e que tivesse vontade de viver, mas seu pai não queria. — Nega com a cabeça. — Já não tomava os remédios dele, não falava....— Abaixa a cabeça, sentindo sua garganta se fechar e a vontade de chorar lhe invadir.

— Mas ele ficava o tempo todo sorrindo pra gente, mamãe. — A morena diz com a voz falha e Bárbara levanta o olhar para ela.

— Ele estava fingindo, filha. — Sua mãe diz com a voz embargada. — Seu pai lutou muito pra que vocês não dessem conta que a depressão estava acabando com ele. — Conta já entre o choro e Toni chorava junto. — Você não sabe quando eu entrava no quarto e o via chorando de angústia, ele me dizia que já não aguentava mais tudo o que estava causando em nossa família...por isso, seu pai não queria saber mais nada da vida. — Nega com a cabeça.

— E você não o ajudou? — A morena questiona entre o choro, levantando a sobrancelha.

— É claro que eu ajudei, filha. Eu fui procurar o doutor Mendonza, lembra dele? — Pergunta.

— Sim, o ortopedista, não é? Eu me lembro dele. — Balança a cabeça.

Uma vez, meses antes de seu pai falecer. Foi um médico em sua casa e se apresentou como ortopedista de Antônio, Toni deixou por aquilo e nem questionou.

— Ele não era um ortopedista, minha filha. Era um psicanalista. — Conta e Toni fecha os olhos, tendo lágrimas escorrendo por sua bochecha. — Ele quis o ajudar tanto, mas não pode. — Nega com a cabeça. — O seu pai me pediu para jurar que nunca contaria isso para você e sua irmã, por isso, eu nunca te disse nada, filha. — Toca em seu rosto que estava banhado de lágrimas.

A person can change his life (choni)Onde histórias criam vida. Descubra agora