Capítulo 24 - Passado

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                             A Festa – Parte 2

- Querem saber – digo me retirando do abraço e secando as lágrimas do rosto rapidamente – A gente deveria dá o fora daqui e aproveitar a noite. Tenho quase certeza que vi uma festa de criança com pula-pula no caminho para cá. A gente podia invadir, expulsar os pirralhos e ficar com o brinquedo só pra gente.

Pedro sorri e Léo gargalha baixo.

- Falando assim parece que você não gosta de crianças – começa Pedro

- Ao mesmo tempo em que parece uma. – Léo termina.

Rolo os olhos para os dois.

- Não me comparem com essas praguinhas. – Pedro dá risada e levanta da cama secando o rosto.

- Criança. – Léo implica sorrindo debochado para mim. Eu não respondo, apenas jogo uma almofada no rosto dele para mostrar o quanto era uma pessoa madura.

- Muito obrigado, Wit. – diz Pedro tirando o paletó manchado de sangue – Mas não acho que daria certo, o prédio está cercado de seguranças, eu não conseguiria sair. E o meu pai já está bastante irritado, não quero arriscar piorar ainda mais as coisas. Além disso, estou me fazendo de forte, mas na verdade meu nariz está me matando de dor. – ele dá risada, para quebrar o clima, mas nem Léo nem eu conseguimos acompanhar.

- Na verdade, - diz Léo se aproximando da janela do quarto – tem uma forma de você sair sem ser barrado pelos seguranças. Bem ali, naquela parte do muro, - ele aponta e Pedro e eu nos aproximamos para ver – tem uma câmera de segurança quebrada. Eu a acertei com meu pé sem querer quando estava pulando o muro para vir te visitar.

- Por que você não entrou pelo portão como uma pessoa normal, cara? – Pedro perguntou

- Porque eu tinha acabado de assistir um vídeo no YouTube que ensinava a pular de um muro e dar uma cambalhota no ar antes de cair em pé no chão. Quis tentar para saber se conseguia. – explicou Léo.

- E conseguiu? – perguntei

- Na terceira vez que tentei. – ele respondeu sorrindo orgulhoso.

- Legal. Me ensina? – peço

- Não sei, acho que você ainda é muito criança. – ele encrencou e eu o empurrei com meu ombro - Tô zoando. O tio aqui ensina você, criança.

- Vai se ferrar, Leonardo. – digo e ele dá risada.

- Enfim, - o ruivo diz limpando a garganta – isso foi umas duas semanas atrás e até hoje eles não se preocuparam em consertar a câmera. E ela é a única que foca naquela parte, que por sorte também não tem seguranças.

- Isso é perfeito! – declaro

- Mas como vamos chegar lá? – Perguntou Pedro – E se alguém me reconhecer na rua?

Me afasto da janela e caminho até um grande armário encostado em uma das paredes do quarto.

- Isso é o mais fácil. – digo – Chegamos lá pelas escadas de incêndio e caminhamos tranquilamente pelas ruas sem medo de sermos reconhecidos porque – abro duas portas do armário e retiro dele três lençóis brancos – vamos estar usando isso.

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