Capítulo 2 - Presente

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- Vitamina de morango para minha deusa – disse Pedro colocando o copo em minha frente – Café com leite para a beldade do campus – ele colocou a xícara na frente de Bia – E suco de acerola para mim.

- Valeu – agradeceu Bia.

Pedro puxou a cadeira ao meu lado e sentou-se nela. Por mais que eu detestasse o pai dele, tinha que admitir que o velho nojento havia dado o melhor de sua genética para o filho: os olhos azul-claro, o cabelo loiro e os um metro e oitenta de altura. Pedro não precisava de muita coisa para ficar bonito, mas ele estava muitíssimo bem arrumado, vestia calça caqui bege, camisa social azul-marinho, relógio caro e sapatos sociais pretos, de marca. Exatamente como o pai o obrigava a vestir-se.

- Por que está me olhando assim? Está planejando meu assassinato? – ele pergunta para mim.

- Talvez. – respondo e bebo de minha vitamina.

Ele ri, exibindo a covinha no queixo e os dentes perfeitamente alinhados. Beijo sua bochecha.

- Qual a novidade, garotas? -  ele perguntou. – Ansiosas para o penúltimo ano da faculdade?

- Sim, mas estamos mais ansiosas com nossa nova missão. – Beatriz responde.

- Que missão? – ele passou o braço pelos meus ombros.

- Beatriz resolveu arrumar uma namorada pro irmão. – digo. – Acredita que ele concordou com isso?

- Arthur quer namorar! – ela retruca – Apenas me ofereci para achar alguma garota legal, já que ele tem dificuldade em socializar e tal.

- Isso é bem legal! – Pedro concorda com a ideia de Bia – Eu não conheço muito Arthur, mas se precisarem de ajuda podem me chamar.

- Sério que vai apoiar essa ideia maluca? – pergunto

- Se Arthur quer e concordou, não vejo problemas. Não é porque ele tem asperger que não pode namorar. – disse Pedro.

- Não estou dizendo que ele não pode! – me defendo.

- Então qual o problema? Por que você parece estar tão incomodada com isso? -  ele me olha nos olhos.

- Gente, eu ainda tô aqui. Caso tenham esquecido. – Bia diz me salvando da pergunta desconfortável, o que sem dúvidas era sua intenção.

- Vou nessa. – anunciou ele – Não esqueçam que temos a reunião de boas-vindas e recrutamento da aliança gay-hétero no quinto tempo. 

- Até pareceu o líder. -  Bia provoca.

- Mas eu sou. – ele respondeu e sorriu – Te vejo depois das aulas? – a pergunta foi para mim.

- Hoje é segunda – respondo tentando fazer uma voz doce.

- Dia de desenhar com o Art. – ele completa e eu assinto. Os braços dele não estão mais ao redor de meus ombros. – É, verdade. Tinha me esquecido. Bem, tenho que ir agora. Boa sorte na missão e Bia, tenta não deixar a Wit matar ninguém.

Tenho que sorrir.

- Vou tentar, mas não posso prometer nada. – Bia respondeu e eu rolo os olhos para os dois.

Pedro beijou minha testa, se levantou da cadeira, pegou a mochila e o suco e saiu do refeitório da faculdade.

- Impressão minha ou quase rolou um clima pesado? – Beatriz pergunta me olhando por cima de sua xícara.

Suspiro.

- Estamos em – faço uma pausa, pensando nas palavras certas – uma fase difícil. Ele quer se mudar para São Paulo assim que nos formamos. Quer morar lá e quer que eu vá com ele, mas...

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