drunk, cellbit

- oito

❁ཻུ۪۪ ━ ❝ lara oliveira ❞

— lana, eu não quero ir — resmunguei pela décima vez enquanto lana terminava de se arrumar em frente ao espelho.

— você vai sim lara, não pode fugir do rafael pra sempre — retrucou ela.

— mas eu posso tentar... — disse choramingando e então escutamos o barulho do celular de lana ecoar por todo meu quarto de hotel.

— o thiago chegou, vem, vamos — ela disse pegando sua bolsa e saindo pela porta.

o que mais me assombrava não era a ideia de ver rafael - por mais que isso também me apavorasse - e sim de ver ele com outra garota.
eu não podia exigir ou cobrar nada dele por que nós não estávamos mais juntos então eu não fazia ideia de como ia conseguir ver ele com outra pessoa.

me perguntava por que isso ainda me incomodava, fiquei um ano sem pensar em rafael e agora que voltei parece que as coisas vieram todas de uma vez numa intensidade que eu não aguento.

quando chegamos na festa da gabi descemos do carro e demos as cervejas que tínhamos comprado para contribuir pra gabriela, soava um mpb bem baixinho no fundo e só a letra já me fazia querer chorar.

tinha poucas pessoas, fui falar com um pessoal que não tinha reencontrado desde de que tinha chegado de viagem e o comer um pouquinho da feijoada que tinha lá.

— larinha — escutei uma voz me chamando e me virei sorrindo.

— gabriel — respondi quando ele chegou até mim e me puxou pra um abraço — como cê tá? — perguntei com meu pratinho de feijão na mão.

— puts eu to bem, me desculpa de novo não poder ir na sua festinha, queria muito —

— relaxa tá tudo bem — respondi colocando a colher na boca — pelo menos você tá aqui agora — falei distraída com a minha comida e ele sorriu abertamente.

— é, eu tô aqui agora — repetiu ainda sorrindo bobamente e eu olhei pra ele sorrindo — ta larinha então eu queria mesmo te dizer uma cois... — começou mas eu parei de ouvir quando vi quem entrava pela porta da casa de gabriela.

— rafa! que bom que cê chegou — gabi correu para recepcionar ele e a garota com que ele estava.
ela que era incrivelmente linda inclusive, as mãos dele estavam na cintura dela e eles sorriam como um casal de capa de revista.

olhava pra rafael nos olhos e então quando ele me olhou de volta os dedos de mount estalaram na frente do meu rosto.

— lara? você tá aqui? — perguntou e eu o olhei de novo.

— oi, tô sim — respondi sorrindo, os olhos de rafael ainda em mim, parece que tentando escutar o que eu e gabriel conversávamos.
gabriel virou-se pra trás para ver o que tanto eu olhava e quando seus olhos viram rafael ele bufou de irritação.

— o que você queria dizer? — perguntei pra gabriel.

— nada não...deixa pra lá — respondeu dando de ombros.

a casa já estava mais cheia, tinha gente pra todo lado, mas eu não conseguia parar de olhar pra rafael, eu também pegava ele me encarando algumas vezes, mas devia ser coisa da minha cabeça por que ele não saiu por um minuto do lado da garota com quem ele veio.

vim pegar uma garrafa de cerveja no freezer quando alguém chegou atrás de mim, me virei pra ver quem era e era ela.

quando ela chegou mais perto vi o quão bonita era ela, parecia uma angel da victoria secret.

— oi — ela falou simpática pra mim e se estendeu pra pegar uma cerveja no freezer também.

— o-oi — respondi forçando um sorriso e tentando ser o mais simpática possível com a garota — você é a mayanna né? — perguntei.

— sim — ela disse ainda sorrindo — você é a lara? — continuou ela e eu assenti em concordância.

— nossa você é linda, dá pra ver por que você e o rafael namoraram — ela continuou e eu corei.

— obrigada, você também é muito linda — agradeci — vocês estão juntos? quer dizer, estão sério? — perguntei a ela que sorriu e olhou pra ele que estava com o resto do pessoal rindo e conversando, e estava lindo, como sempre.

— ah, não sei, eu gosto bastante dele, mas não sei, ele parece ter um bloqueio...como se estivesse sempre esperando algo, ou alguém.... — ela respondeu e eu a olhei perplexa — ah, nem sei por que eu to desabafando isso com você, enfim, foi muito legal te conhecer lara — disse ela rindo simpática.

— i-igualmente mayanna — sorri e a observei andar até a onde rafael estava, ela o abraçou e ele a abraçou de volta, engoli a angústia que senti ao ver aquilo e abri minha garrafa de cerveja bebendo um longo gole.