Capítulo 28

25K 3.4K 592
                                    

Lembrando que todas as músicas da banda A5 são criadas especialmente para a história, ou seja, são todas fictícias!  <3

*****

MAGGIE BRYER

-Eu posso te levar.

-Não é longe daqui, eu preciso esticar as pernas.

-Posso pegar uma bebida com você.

-Pode, mas isso atrairia a atenção e não acho que você precise de fotógrafos na sua sombra enquanto toma cerveja.

-Okay, seu argumento é bom.

-Obrigada, estou me sentindo muito inteligente agora. - Sorrio com diversão e levanto o braço para colocar uma mecha rebelde de seu cabelo atrás da orelha - Eu adoro o seu cabelo assim. Tem todo um charme.

-Se eu ficar careca vai parar de me elogiar? - Sorri com zombaria, seus braços rodeando a minha cintura nos mantendo próximos.

-Você seria um careca muito gato e nós dois sabemos que seu ego inabalável não se romperia por fios a menos na cabeça.

-Eu te amo, Maggie. - Ethan deposita um beijo demorado em minha testa e não consigo contar o sorriso bobo em meus lábios. Para um homem que disse não estar pronto para qualquer relacionamento, ele me trata como sua namorada.

-Eu também te amo Eth. - Estico-me um pouco para dar-lhe um beijo rápido nos lábios - Mas preciso encontrar minha mãe e por mais que ficar abraçada aqui com você seja tentador, eu tenho que ir.

-Me mande uma mensagem quando chegar.

-Sim, senhor.

Sorrio para ele como a boba apaixonada que sou e termino meu caminho pelas escadarias da Fiveland. Foi uma surpresa muito boa quando Eth me acompanhou até a porta e me puxou para um beijo, esquecendo que estamos do lado de fora e que qualquer paparazzo poderia nos ver e tirar algumas fotos. Não acho que ele gostaria desse tipo de pressão, embora eu saiba que quando tivermos um relacionamento de fato a exposição será inevitável.

-Boa noite Ben. - Me despeço do chefe de segurança e da equipe na entrada. Abby entrou na casa pouco antes de eu sair e estava pronta para ditar compromissos para toda a banda. Seus olhos orientais e os scarpins que sempre usa a deixam muito intimidante para que eu tente uma melhor aproximação.

Saio para a calçada e coloco meus fones de ouvido, são poucos quarteirões até o bar e não está tarde o suficiente para que eu me preocupe. Aproveitando a oportunidade seleciono Feelings no último álbum da banda e deixo a música invadir minha mente.Nunca contei à eles que - secretamente - minha música favorita foi a mais melódica do álbum, aquela que o grande público não deu muita atenção, mas conseguiu penetrar minha alma quando comecei a desenvolver meus sentimentos por Eth e não sabia o que fazer.

Claro, as pessoas estavam mais interessadas nas músicas que eram uma mensagem clara sobre a traição de Kelly Andersen e a devastação que Jake ficou. Eles estavam quase noivos na época e foi um escândalo bem grande. A mídia ficou louca.

Pela seleção de músicas, Feelings  parecia perdida em meio a toda tristeza causada pelo rompimento dos dois famosos, mas a letra é tão profunda e consegue encaixar nas mais diversas situações que a vida nos apresenta. Eu não sei como Jake conseguiu escrever algo tão magnífico, mas ele conseguiu expressar tudo.

É uma pena que o jogo começou

Mas não tenho coragem para te dizer o que eu sinto

Qual é a porra do meu problema?

Eu não deveria estar pensando em você, isso é um grande desastre

Não posso esperar para sempre, preciso agir

Você quebrará meu coração se entregá-lo à você, baby?

Não posso sentir isso, me sinto tão perdido

Meu coração foi quebrado uma vez, baby

Faça isso de novo

É uma pena que o jogo começou

E você seja uma nova esperança

Qual é a porra do meu problema?

Você não deveria estar na minha cabeça

Não deveria estar sob a minha pele

Eu não deveria sentir o que sinto por você

Eu não entendo qual a porra do meu problema

Me ajude a descobrir, baby

A voz de Jake é como um hipnótico capaz de prender qualquer um a voz quando ele começa a cantar. A junção dos instrumentos e dos rapazes como vocais só torna tudo uma batalha perdida para quem tentar resistir. Consigo focar nas batidas da bateria, imaginando Eth - sexy como o pecado - tocando seu tão amado instrumento. Sempre que ele se senta no banco e segura as baterias sua mente voa para um mundo longe e isso de algum modo me fascina.

Inconscientemente eu já estava fazendo uma pequena dança por meu percurso quando senti algo duro ser pressionado contra minhas costas. Sem entender direito o que estava acontecendo, retirei um dos meus fones e me virei para encontrar Phoebe Matthews me olhando com raiva mal contida. Abaixo meu olhar para sua mão e tudo o que consigo focar é o metal prata e reluzente de um revolver pressionado contra o meu estômago.

Claro que nunca nos encontramos antes, mas quando um rosto está estampado por toda a internet como o dela está, podemos pular as formalidades e apresentações.

-Por que não damos um passeio, Maggie?

-C-como sabe o meu n-nome? - Olho em volta na rua em que estamos, há alguns carros estacionados na rua, mas sempre uma única alma viva para que eu possa pedir socorro.

-Eu sei muito sobre o meu irmãozinho e ver vocês dois se beijando daquele jeito só reforçou minhas informações.

Sua expressão é bem psicótica e suas pupilas estão tão dilatadas que não dúvidas de que Phoebe usou alguma coisa. Ela também está com um forte cheiro de álcool.

-Ai meu Deus! - O pânico começa a se misturar com o choque quando a loira pressiona o cano da arma com mais força em minha barriga - Por favor, me deixe ir.

-Vamos dar uma volta! - Ela me vira empurrando meu ombro e pressiona o revolver em minhas costas, continuamos a seguir a rua na direção de um carro antigo e escuro parado perto da calçada.

-O que você vai fazer comigo? - Minha voz sai trêmula e fraca mesmo para meus próprios ouvidos. Estou uma enorme vontade de chorar, mas o medo não permite que uma única lágrima escape dos meus olhos. Isso não pode estar acontecendo. Oh meu Deus.

-Calada! Se seu namoradinho colaborar, você pode continuar viva.

-Phoebe, por favor me deixe ir. Eu não sou ninguém. - Paramos ao lado do carro e meu desespero só aumenta, consigo ver um homem careca no banco do motorista, ele parece ser do tipo que faz coisas más com as pessoas. Eu não quero morrer - Por favor, me deixe ir.

-Só depois que aquele filho da puta me pagar! - Phoebe me empurra para dentro do automóvel e entra no banco da frente como passageira. Tento desesperadamente encontrar a maçaneta, mas para meu terror não há nada no lugar em que deveria haver uma maldita maçaneta e minha sequestradora começa a mexer a arma na minha direção - Se tentar alguma coisa, eu vou explodir a sua cabeça!

O Baterista - A5 livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora