Blue Roses || 5SoS [A Editar]

70th Chapter ✔

Alice's POV:

  Se eu estava um pouco chateada com ele, agora ainda estava mais. A sua insistência para pagar foi demais e, não era preciso. Sim, sim... deixa o rapaz ser cavalheiro! Mas não era preciso. Ele foi parvo em não me ter, ao menos deixado contribuir... Nem que fosse por um cêntimo. Mas não, teimoso como uma porta decidiu pagar tudo sozinho e enquanto o fez decidi arrejar um pouco.. Estava tentada a ir para casa a pé, mas entretanto escureceu e talvez seja um pouco perigoso andar por aí sozinha. Existem algumas ruas Londrinas mal frequentadas e todo o cuidado é pouco. A porta do café abre-se e a figura alta de Calum aparece. Rapidamente os seus olhos chocam contra os meus e desvio o olhar depois do contacto. 

"Está tudo bem?"- a sua voz pergunta e limito-me a assentir, encarando os meus ténis que subitamente se tornaram bem interessantes - "De certeza?" - voltou a insistir. A sua mão pousa sobre o meu braço esquerdo que se encontrava cruzado com o outro. Elevei o olhar, enterrando as mãos nos bolsos do casaco

"Podias ao menos ter-me deixado pagar. Eu não gosto de dar despesas.."

"A sério que estás assim por isso? Eu nem paguei" - olhei-o rapidamente

"Tu o quê Calum? Eu trouxe a mais, nós..." - interrompeu-me

"Não paguei porque eles ofereceram" - um peso enorme saiu de cima dos meus ombros - "Tu é que nunca me deixas terminar as frases" - sorriu, começando a andar. Acompanhei os seus passos enquanto encarava o chão

"Porque é que ofereceram o jantar?"

"Como gesto de agradecimento por ter cantado. Ao que parece o café encheu imenso e como eu estou constantemente a lá ir com os rapazes o Sr. Billy decidiu não aceitar o meu dinheiro"

"Parece que tenho de vir cá mais vezes" - rimos. Calum abriu a porta do carro por mim e depois de agradecer entrei. Coloquei o cinto e olhei para o relógio de pulso que marcava as 22h. Quando menos queremos, as horas voam... O rapaz deu à chave e depois do motor do carro ligar arrancou cautelosamente. A chuva caiu dos céus, agora mais escuros e as pessoas corriam para se abrigarem o mais rapidamente possível. Trânsito começa-se a instalar e estou a ver que vai demorar. Assim que a fila começou a andar Calum manteve-se no mesmo sítio o que me levou a encará-lo

"Calum? Não andas?" - ele parecia um pouco aflito - "O que é que se passa?"

"Acho que o carro avariou" 

"O quê?" - buzinas dos carros atrás fizeram-se ouvir e ele apressou-se a colocar os piscas. Entretanto os carros contornaram-nos e como existem pessoas otárias neste mundo, alguns dos homens ao volante mostraram-nos gestos pouco próprios para as suas idades. 

"Velho d'um raio. Ele havia de me dizer isso aqui para ver quem ficava sem dentadura primeiro" - disse entre dentes, fazendo-o rir..

"Eu vou lá fora tentar ver o que se passa. Volto já e não desapareças Alice"

"Claro" - disse. Calum saiu do carro preto e abriu o capô onde o fumo preencheu o ar à sua volta. Eu não percebo muito de carros, mas tenho a certeza que não era bom sinal. A fila de à pouco começou a dispersar e de tantas pessoas nenhuma parou, infelizmente. Conhecia mais ou menos este bairro e se bem me lembro, existia um mecânico antes de chegarmos à rotunda. Resolvi sair do carro e dirigi-me até Calum que estava ao telefone, provavelmente a falar com a linha de apoio

"Eu vou ali ver se há algum mecânico" - disse baixo, mas suficientemente alto para ele ouvir. Não queria interromper a conversa mas não o queria preocupar. Assim que tento atravessar para o outro lado da rua ele impede-me, agarrando a minha mão e um choque percorre todo o meu corpo já um pouco molhado pela chuva. Ele desliga o telemóvel e dirigi-se para mim