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Me levanto do banco que estava sentada e ainda com as flores em mãos saio da salinha e sigo pelo corredor até chegar a um dos quartos dos pacientes que tenho que verificar os aparelhos e a medicação

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Me levanto do banco que estava sentada e ainda com as flores em mãos saio da salinha e sigo pelo corredor até chegar a um dos quartos dos pacientes que tenho que verificar os aparelhos e a medicação.

Confiro e vejo que tudo está ok, minha paciente está dormindo então deixo as flores ao lado da cama, para assim que acordar, ela possa ver e se alegrar um pouco.

De volta ao corredor olho meu relógio de pulso e vejo que ainda tem algumas horas de trabalho. Caminho com o estômago revirando até a sala de Henrique na esperança de encontra lo, estou quase batendo na porta quando ela se abre e Fernanda sai de lá a todos sorrisos.

Assim que me vê, me olha de cima abaixo e então Henri surge na porta. Ficamos nos encarando por alguns instantes antes da doutora Fernanda dizer:

- Bem.. então é isso querido, nos vemos mais tarde. - Diz e então se vai.

Desvio o olhar por alguns instantes antes de encara lo novamente. Seu olhar continua sobre mim.

- Gabriela.. precisa de algo?- Pergunta.

- Eu.. não.. na verdade não. Eu só queria confirmar com o senhor sobre a alta do paciente do quarto 227.

Ele comprime os lábios por alguns segundos antes de me responder. Balanço a cabeça confirmando e então sigo pelo corredor me sentindo uma boba.

O dia passa devagar, se arrastando. Quando enfim chega minha hora, pego minha bolsa e sigo pelo corredor até a saída. Posso ver o sol se pondo e a luz alaranjada iluminando o estacionamento, sorrio achando tudo tão lindo que nem reparo quando Henri para ao meu lado.

Só noto sua presença quando sua voz grave chega até os meus ouvidos.

- Admirando o entardecer?!- Pergunta.

Me viro para encara lo e ele está tão lindo de calça e camisa social, a pasta em uma das mãos e a mão livre no bolso.

- Ah.. eu.. é, sim. Parei um instante para ver a cena linda. - Respondo sem saber como agir.

- Linda mesmo..bem, preciso ir agora. Até depois..- Diz e então se vai.

Fico ali por mais alguns instantes vendo seu carro se afastar, então volto a consciência e começo a caminhar até o ponto de ônibus. O suspiro de frustração que escapa dos meus lábios é percebido por uma senhora que está sentada dois bancos de distância de mim

A mulher se senta ao meu lado no banco.

- Está tendo um dia difícil querida?- A senhora de cabelos presos pergunta.

- Acho que sim..- Respondo.

- É o trabalho ou o coração?- Insiste.

- Eu diria que os dois.. - ela me encara - o causador de tudo isso trabalha no hospital comigo. - Explico e ela balança a cabeça sorrindo.

Desejo De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora