- E o que você acha que pode ser?- Clari pergunta.
- Não faço ideia.. - Respondo pensativa.
Tenho sentido Henrique um pouco distante nos últimos dias. Eu pergunto se está acontecendo alguma coisa e ele diz que não é nada mas estou ficando preocupada, medo que seja algo relacionado a nós dois.
- Você mal começou a namorar e já estão assim?! Vocês estão a quanto tempo juntos.. 3, 4 meses? Isso é loucura, da uma prensa nele que logo ele diz o que é. - Minha amiga que é mais estourada que eu diz.
- Acho que preciso mesmo fazer isso.. mas mudando de assunto, você vai na festa da filha da Fátima? Ela me deu o convite.- Pergunto.
- Claro, ela preparou tudo com tanto carinho.. preciso comprar o presente ainda. - Diz.
- É amanhã não esquece, eu já comprei. - Digo mexendo nas gavetas em busca de uma pasta específica.
- Henrique vai com você?- Pergunta.
- Acho que sim.. de qualquer forma, eu sei que eu vou. Agora eu preciso ir pois estão me esperando na enfermaria. - Me despeço e saio.
Os corredores estão um pouco vazios, o que me faz chegar rápido a onde preciso. Assim que entro na sala vejo Henrique sentado na mesa e de braços cruzados me encarando.
Um sorriso sutil brotando nos lábios ao me olhar de cima a baixo.
- Já estava indo busca la.. - Diz se levantando da mesa.
Arqueio as sombrancelhas.
- Perdão pela demora..- Digo indo até o armário conferir se tem bandagens suficientes.
Sinto seu corpo se aproximar do meu mas consigo me esquivar a tempo de seus braços me rodearem.
- O que foi?- Pergunta.
- Me diga você.. não sou eu que parece estar escondendo algo..- Digo e na mesma hora me arrependo pois vejo que as palavras saíram mais ásperas do que pretendia.
Henri morde os lábios e coça a cabeça.
- Me desculpe.. eu.. eu não queria dizer isso..- Gaguejo.
Henri balança a cabeça.
- Eu queria dizer que - ele parece pensar - na verdade tem um paciente que precisa da sua ajuda no quarto 505, depois passe lá.- Ele diz e sai.
Vejo a porta ser fechada e sinto aquela pontada no coração. Eu não deveria ter dito aquelas coisas, pelo menos não daquela maneira.
Faço como pediu e vou até o paciente.
O dia passa rápido graças a Deus e quando enfim bato meu ponto, não sei se o espero no estacionamento ou caminho até o ponto de ônibus. Não sei se ele ficou chateado com a maneira que eu lhe tratei.
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Desejo De Amar
RomanceUma ida a farmácia ou um esbarrão num lugar aberto.. faria alguma diferença na sua vida? Será que isso é coisa de destino? Gabriela em busca de resolver suas inseguranças e medos não contava com a sorte de conhecer naquela bendita farmácia, o amor d...