Saio do carro e caminho acompanhado por outros médicos que também vieram em seus carros. Entro no lugar da exposição e fico surpreso por haver tantos estandes.
Enquanto caminho pelo carpete vermelho e olho o trabalho dos meus colegas, vou cumprimentando algumas pessoas pelo caminho.
- Henrique.. pensei que não viria hoje..- A voz do homem diz.
- Resolvi vir..- Respondo o homem que me encara de cima abaixo.
Seu nome.. João Manoel Vale.
E um excelente profissional mas é um ser humano chato. O homem toda vez que me vê, conta vantagem. Empurro com a barriga a conversa chata e quando vejo uma oportunidade de sair de cena, me despeço.
Caminho em direção as cadeiras e quando me sento, ganho um bombom de umas das meninas que estavam ali fazendo a recepção.
Olho pro doce e só consigo me lembrar da minha loirinha linda. Depois que a deixei em seu prédio, não nos falamos. Fui pra casa arrumar minhas coisas para viajar.
Pego meu celular e lhe mando uma mensagem, antes que eu possa ver se visualizou, Fernanda se senta ao meu lado.
- Poderia ter dito que viria hoje..- Diz cruzando as pernas e apoiando a bolsa no colo.
- Faria alguma diferença?- Pergunto vendo o homem cumprimentar a todos presentes.
- Mal humor? Poderia ter me dado uma carona..- Diz cruzando os braços.
Preferindo não responder, ignoro a mulher e seus comentários e foco na aprensentação que se inicia.
[...]
Assim que as apresentações terminam me levanto e caminho em direção a saída mas Fernanda vem atrás de mim.
- Henrique espera.. pode me dar uma carona até o hotel?- A mulher pergunta.
Ainda estou de costas quando me viro e suspiro.
- Tudo bem.. vamos..- Digo.
Entramos no carro e a mulher puxa assunto.
- Paulo deve chegar mais tarde.. que tal sairmos a noite?- Pergunta.
Pondero.
- Seria bom, na verdade. - Digo.
- Ótimo.. vou reservar uma mesa num restaurante incrível da cidade..- Diz pegando o celular.
Quando estaciono, desço e a mulher caminha ao meu lado até o elevador do hotel.
- Qual o seu andar?- Pergunto olhando pro painel.
- Sétimo..- Responde baixo.
Ela está no mesmo andar que eu.
O elevador sobe devagar e então logo saímos no corredor. Pra minha terrivel surpresa, seu quarto é em frente o meu. Aceno pra mulher e logo entro no quarto.
Vejo que minha loirinha respondeu a mensagem. Decido ligar e passar um pouco do tempo que ainda tenho.
Ficamos por uns bons minutos conversando, sua voz gostosa me fazendo imaginar o que estaríamos fazendo agora caso estivéssemos juntos.
Encerro a ligação e vou tomar um banho.
Não demoro muito e me visto de maneira mais casual, ouço quando batem na porta. Assim que abro a mesma, encontro Fernanda vestida num vestido preto curto e decotado.
A mulher me mede de cima a baixo, Reviro os olhos e saio fechando a porta.
Novamente caminhamos até o elevador e quando vou apertar o botão pra descermos, escuto a voz de Paulo pedindo pra segurar o elevador.
O homem entra e cumprimenta de forma calorosa a loira de vestido curto. Após alguns elogios, o homem se volta a mim e aperta minha mão.
Quando as portas do elevador se abrem, caminhamos até o estacionamento.
- Henri.. vou com você..- A mulher diz e antes que eu possa dizer algo, o outro homem diz.
- Que isso Fernandinha.. não acredito que não me dará a honra de ter sua agradável companhia em meu carro.. vamos querida, o Henrique não vai se importar. - Paulo diz.
A mulher me encara e eu dou de ombros.
- Por mim tudo bem..- Digo.
A mulher me olha por mais alguns instantes antes de acompanhar o homem até o seu carro.
Giro a chave na ignição, seguindo o carro a minha frente. Quando paramos em frente ao restaurante, mordo os lábios já irritado.
O restaurante é do tipo "badalado" e eu não gosto muito desses lugares. Desço do carro e caminho em direção ao casal parado próximo a entrada.
Entramos juntos e procuramos por nossa mesa.
Depois de acomodados, tendo Paulo e Fernanda a minha frente, pedimos por nossa comida e um belo vinho.
Quando o garçom se vai, uma conversa desprentenciosa se inicia na mesa.
- Está nervoso por ter que palestrar Henri?- Fernanda pergunta.
- É.. está nervoso doutor?- Paulo diz de forma debochada.
Arqueio as sombrancelhas achando realmente engraçado a forma como disse.
- Na verdade não. Sou ótimo em lidar com as pessoas..- Respondo.
Logo vejo o sorrisinho em seu rosto sumir.
- Isso é bom..- Responde desviando o olhar para ao redor.
Nosso vinho chega e então me sirvo de uma bela taça, logo me lembro da minha loirinha e sorrio. Isso não passa despercebido ao olhar escrutinador da médica na mesa.
- Posso saber o motivo desse sorriso?- Pergunta sorrindo de volta.
- Confesso que também fiquei curioso..- Paulo diz chamando minha atenção.
Encaro os dois que estão em expectativa com minha resposta mas no mesmo instante nossa comida chega e o assunto muda.
Depois de comer e conversar sobre coisas aleatórias regados a mais um pouco de vinho, pagamos a conta e por insistência de Paulo vamos a uma casa noturna.
O lugar está cheio pois hoje tem DJ na casa. Paulo some no meio da multidão, ficando apenas Fernanda e eu próximo ao bar.
O som está alto e a mulher se aproxima de mim para falar.
- Que tal aproveitarmos a noite Henri..- Diz ao pé do meu ouvido.
Me afasto o suficiente para que veja eu negar com a cabeça. Ela mexe as mãos como se tivesse perguntando o por que e agora sem interrupções lhe digo.
- Estou com alguém..- Falo próximo ao seu corpo.
A mulher se afasta abruptamente e me encara espantada, ela põe a mão na boca e quando vai dizer algo, Paulo retorna.
O homem está animado, se fosse em outros tempos eu também estaria mas hoje tudo que quero é deitar pra estar descansado para o dia de tarefas.
A médica ao nosso lado não disfarça a carranca e vira e mexe me encara enraivecida.
Quando o cansaço vai abatendo meus parceiros nos encaminhamos para fora do local. Sem cerimônia dessa vez, Fernanda caminha direto para o outro carro e dou graças a Deus por isso.
A volta é rápida. Assim que entro no quarto vou rapidamente ao banheiro e já faço minha higiene. Retorno ao quarto e tiro toda a roupa do corpo e me deito, meus pensamentos voam na loirinha.
Antes de dormir lhe envio uma mensagem e então apago.
[...]
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Desejo De Amar
RomanceUma ida a farmácia ou um esbarrão num lugar aberto.. faria alguma diferença na sua vida? Será que isso é coisa de destino? Gabriela em busca de resolver suas inseguranças e medos não contava com a sorte de conhecer naquela bendita farmácia, o amor d...