"O som da sua voz sacudiu meu mundo inteiro"
Aisha Harris nunca foi uma pessoa que se encaixava entre os outros como ela. Nunca se sentiu verdadeiramente aceita, principalmente pela própria família.
Quando foi mandada para o outro lado do continente...
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Corte Outonal Quatro meses antes
Eu estava com medo.
Com medo porque se meu bebê tivesse asas, eu morreria. E, se fizermos aqui uma matemática básica, tenho cinquenta porcento de chances de morrer. Porque são cinquenta porcento de chances do meu bebê ter asas, já que Azriel é illyriano e eu humana.
Do jeito que eu sou cagada, talvez os deuses me deixem morrer. E ainda vão rir da minha cara.
Fechei os olhos com força, a vontade de gritar pela terceira vez no dia me rasgando. Eu estava com cinco meses de gravidez e, apesar de a curandeira ter dito que poderia descobrir se meu bebê tinha asas ou não, eu não estava preparada pra isso. Bem, nem eu e nem Eris, que de nós dois, era o que mais estava surtando.
Ele tinha movido o mundo pra tentar achar um jeito para que eu não morresse caso meu bebê tivesse asas. Ele tinha sugerido que eu abortasse, num momento de raiva, e eu o dei um soco na cara e fiquei seis dias sem faar com ele por sugerir uma coisa estúpida dessas. Se fosse pro meu bebê morrer, eu morreria junto.
Eu nunca quis ter filhos e não planejei aquilo, de forma alguma, ainda mais sabendo que se eu engravidasse de Azriel, eu poderia morrer. Tenho certeza que os deuses estão rindo da minha cara agora.
Talvez eu mereça isso. Talvez eu mereça sofrer por tudo o que eu fiz, por todas as mentiras. Talvez eu mereça morrer. Mas não meu bebê, o que ele fez pra merecer isso? Pensar na possibilidade de não só morrer, mas levar meu bebê junto, me fazia querer chorar a noite toda.
Eris entrou no quarto e somente me olhou. Ele estava claramente péssimo, provavelmente pelos dias sem dormir. Com um suspiro pesado, ele se jogou ao meu lado e eu deitei a cabeça no seu ombro.
-Você está bem?- perguntei me inclinando para olha-lo. Eris fehou os olhos e suspirou.
-Não, não estou.- ele admitiu. -Mas acho que talvez eu tenha encontrado algo que possa ajudar, caso seja necessário.
-Eris, se nem Rhysand achou algo...- comecei mas ele me olhou feio e eu me calei.
-E dai, Aisha? Eu não vou desistir até arranjar uma forma de te salvar.- ele disse e eu fechei os olhos com força.
-Eu sei.- eu disse baixinho.
-Precisamos saber, Aisha.- ele disse me olhando. -Se esse bebê tem asas.
-Eu não quero saber.- eu disse bufando.
-Se não souber, estará arriscando ainda mais sua vida!- ele disse irritado. -Por favor. Está é a única coisa que vou te pedir.
