The Spirit and The Darkness.

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 Após o descobrimento do lugar ao qual as coordenadas levavam, as três mais velhas entraram em consenso de que iriam juntas à antiga casa de Irene em busca das últimas respostas. Mas tanto Yeri, como SeulGi sabiam o quanto aquilo havia afetado diretamente uma ferida que estava se fechando muito lentamente no interior da mais velha. Afinal, a mulher sempre evitava quaisquer envolvimentos com coisas do passado, inclusive com os arquivos de pesquisa de seu falecido pai.

Yeri se perguntava se não deveriam ter tido acesso às respostas muito antes, uma vez que tudo estava ali, tão próximo... Mas não julgaria de maneira alguma, sabia que eram lembranças dolorosas para a mulher.

Percebendo que o momento era desconfortável, tornou ao seu quarto, deixando Irene sob os cuidados da noiva. Foi um dia de muitas complicações, havia passado a maior parte do mesmo digerindo o fato de que Park Sooyoung havia mesmo decidido não dar-lhe uma nova chance. Apenas aceitaria o fim de tudo aquilo, já passava do tempo de o fazer. Estava cansada de incomodar a morena com sua persistência em um assunto que há tempos havia sido findado.

Mas, mais importante que isso, após sua conversa com Irene, percebeu que precisava perdoar-se também. Antes de pedir pelo perdão de outras pessoas, precisava aprender a aceitar seus erros, ter empatia por si mesma e perdoá-los. Ser levada ao dia que havia chegado ao laboratório, lembrou-se de que no dia de seu aniversário não foi ao túmulo de seus pais, como era costume. Estava ocupada com os preparativos para a chegada das mais novas naquele dia.

Seu aniversário nunca era um dia feliz para si. Era o marco do dia que matou os próprios pais, então costumava prestar luto pelos mesmos naquele dia. Desde seus vinte e um anos, quando a polícia havia diminuído a frequência de busca por si, que ia ao cemitério todo dia trinta e um de outubro. SeulGi nunca gostou desta tradição, achava mórbido demais, dizia que aquilo mais parecia um martírio, mas desistiu de tentar fazer a mulher mudar de ideia sobre comemorações por conta de Irene que entendia o coração de Yeri e respeitava muito a sua forma de lidar com aquele fato de sua vida.

Para compensar a sua ausência, decidiu que iria ao cemitério logo após a visita à casa onde Irene havia vivido toda sua infância. Mas seria o marco do início de um processo para o amor por todas as marcas que tinha gravadas em si. Era o momento para deixar o passado em seu devido lugar.

Na manhã seguinte, as meninas estavam tranquilas e por terem dormido no horário que deveriam, acordaram bem mais cedo que de costume. Irene, SeulGi e Yeri estavam no refeitório para tomar seu café da manhã, afinal, sempre se alimentavam bem antes das mais novas, já que normalmente demoravam a acordar. Qual foi a surpresa das três ao ver as quatro garotas entrarem no refeitório aos risos e conversas amigáveis entre todas.

Ou quase entre todas, Tiffany ainda implicava com Taeyeon ininterruptamente, mas a menor não estava mais tão incômoda com relação a isso.

SeulGi, havia parado com uma torrada em mãos, estava pronta para passar a manteiga na mesma. Irene tinha o braço esticado para pegar uma pequena jarra de café. Yeri tinha o talher enfiado na boca. E as três olhavam embasbacadas para as quatro meninas que se aproximavam, que sequer haviam percebido a presença das mais velhas.

– Ahn... bom dia? – SeulGi disse, confusa com a cena.

– Caíram da cama? – Yeri perguntou com o cenho franzido.

– O que houve? – Irene perguntou, assustada.

– Acordamos no horário normal, não? – Tiffany perguntou, confusa.

Yeri olhou para Irene e franziu o cenho.

– Você tirou os relógios dos quartos delas? Parece que não têm mais controle de horário algum. – Disse segurando um riso.

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