Wild World

Avoid You.

O clima estava extremamente silencioso e tudo parecia desmoronar ao redor das meninas. Jessica tinha suas energias completamente esgotadas, e era sufocante o suficiente ver todas as meninas no mesmo nível de exaustão que o seu. Nenhuma das mais velhas estavam aptas a dirigir, por isso solicitaram que alguns de seus funcionários viessem até o lugar para conduzi-las até o laboratório.

Quando os funcionários chegaram, Taeyeon permanecia desacordada, tornando a ter seu corpo gelado como gelo. Mas um detalhe muito importante chamou a atenção de todas, uma mecha de seu cabelo, mais especificamente na lateral esquerda do mesmo, havia tomado uma coloração esbranquiçada como neve. Não sabia a procedência daquilo, mas sabiam que havia relação com o ocorrido.

Todas estavam sendo levadas para o interior das ambulâncias, tendo uma dupla por carro. Jessica foi acompanhada junto de Taeyeon, enquanto Yuri e Tiffany foram levadas em outro carro, tendo Yuri consciente assim como a dobradora de fogo. SeulGi e Irene, que também estavam acordadas, entraram no penúltimo carro ambulatório, visualizando Yeri ser posta ao leito e adentrar o último carro.

Um arrepio gélido percorreu toda a estrutura da mais velha ao se lembrar das palavras de Taeyeon, durante seu surto. Queria acreditar que era apenas um blefe, mas era difícil digerir as informações e diferenciar as falsas das verdadeiras. Naquela altura do campeonato, todas pareciam genuínas e verdadeiras, já que ela não passava de uma cientista mediana. Não podia ser comparada ao seu pai, um renomado homem que - literalmente - deu sua vida em prol da pesquisa.

Sua cabeça latejava e seus pés doíam como o inferno. Por sorte, SeulGi estava ao seu lado para lhe dar apoio moral e emocional, como sempre o fazia quando se sentia daquela forma. Elas se entendiam tanto que Irene nem ao menos precisou dizer alguma palavra para que sua noiva entendesse o que estava acontecendo consigo, e para Irene, essa era uma das melhores partes de estar noiva da mulher certa. Deitadas sobre o leito, sentindo o sono começar a consumi-las, Irene permitiu-se fechar os olhos.

Taeyeon estava cada vez mais trêmula, ainda estava gélida e extremamente pálida. As marcas da batalha ainda estavam presentes, suas roupas chamuscadas e corroída pelo fogo de Jessica, sua bochecha esquerda estava arranhada como se houvesse sido arrastada com muita força contra o chão devido a dobra de Yuri e por todo seu corpo era possível ver algumas queimaduras e filetes de sangue provenientes de inúmeros cortes devido as dobras de Jessica e Tiffany juntamente.

Seu estado era deplorável, e Jessica tinha noção daquilo. Não queria deixar a menina naquele estado, mesmo sabendo que ela poderia facilmente se curar com a água, se sentia extremamente culpada por tudo que fez. Sentia ódio ao se lembrar do que o Breu - ou seja lá qual o nome certo daquilo - havia feito consigo e com suas amigas, mas nada era válido o suficiente para justificar o que fizera com Taeyeon. Estava sentindo a pior culpa do mundo sobre seus próprios ombros.

Mesmo deitada sobre o leito e tendo acompanhamento médico, Jessica conseguia sentir-se completamente exausta e pressionada. O barulho da sirene da ambulância ensurdecia os ouvidos da dobradora de fogo, fazendo com que a mesma franzisse levemente o nariz e os olhos. Agora, com seu nível de adrenalina um pouco menor do que em sua luta, começava a sentir muitas dores abdominais e corporais ao todo. Não se lembrava muito bem de tudo que havia acontecido, mas se lembrava perfeitamente da figura monstruosa que Taeyeon se tornou. Teria que se concentrar muito para desvincular aquela imagem da menina à sua namorada.

– Jessica, se mantenha acordada, por favor. – Um dos paramédicos disseram, fazendo a menina olhar na direção da voz, com olhos perdidos. – Consegue me ouvir?

– Sim, mas... – A menina disse, em um fio de voz. – Estou exausta. Preciso descansar um pouco.

– Claro, querida, mas por agora precisamos que fique conosco, ok? Pode fazer isso? – O homem insistiu, fazendo Jessica concordar com a cabeça em meio a uma careta dolorosa.