Mais tarde no mesmo dia, todas se sentiam mais livres para fazer o que desejavam desde o começo daquela missão. Agora, poderiam ter o descanso merecido e a folga que os corpos desejavam ter. Porém, os fragmentos da missão não desapareceram completamente, ainda tinham coisas pendentes a resolver.
Irene havia marcado uma reunião geral para que todas contassem o decorrer da missão, e deixou pontuado que gostaria de especificações de todas as partes, para que o relatório fosse completo e sem erros. As meninas concordaram, porém, Irene sabia que todas precisavam voltar a se acostumar com a rotina do laboratório, então não cobraria urgência quanto ao horário da reunião.
Por outro lado, as duas dobradoras mais velhas precisavam de um banho, descartar o uso dos uniformes e matar a saudade de suas amigas, causada pela missão. Elas se despediram das demais e foram quase que imediatamente até seus quartos, logo depois sendo acompanhadas das respectivas mulheres que amavam. As dobradoras mais novas compreenderam, e quiseram fazer o mesmo, porém, cada uma em sua individualidade de seus quartos.
Irene não sabia nada sobre a nova dobradora, SeoHyun, por isso, fez o que estava habituada a fazer: recebê-la como uma das suas, pois em breve a menina se tornaria uma, de fato. Porém, a Bae sabia muito bem que as dobradoras mais novas haviam saído em missão para justamente encontrar o dobrador do Breu. E mesmo sem questionamentos ou divergências, levou-a até o andar subterrâneo para que a menina ficasse isolada das outras, mas mesmo assim, confortável em seu novo lar temporário.
SeoHyun ainda não estava confortável com a situação, a única coisa que a tranquilizava no momento era saber que as vozes haviam parado, o coração não acelerava e não sentia-se em perigo. Isso não fazia a menina sentir confiança naquelas pessoas, mas também não fazia se questionar o tempo inteiro se aquelas mulheres eram de fato boas. Estava dividida entre a desconfiança e a lealdade.
Seu quarto não se parecia com uma prisão. Era tranquilo, com móveis divertidos e confortáveis. O aroma era doce como um bolo recém feito, os lençóis e os travesseiros pareciam atraentes e confortáveis. Não estava se sentindo à mercê de carrascos, como sempre se sentiu após o despertar estranho em seu corpo. Apenas esperava que todas aquelas pessoas a ajudassem verdadeiramente.
Não sabia o que significava ser uma dobradora, e mal sabia os objetivos de um. Sentia-se como se estivesse mergulhada em um livro de fantasia, com super-heróis, vilões e obstáculos que pareciam não ter fim. Nunca se imaginou assim, sequer gostava daquele gênero de leitura. Sempre foi medrosa, não gostava de nada que fugia muito da realidade, pois aquilo a assustava e fazia seu peito encher-se de preocupações. Mas agora, tinha que aceitar que estava vivendo aquilo.
Antes de Irene a deixar sozinha, a mulher pediu para que trocasse as roupas do corpo e colocasse o uniforme de seu laboratório. Ela indicou o banheiro e mostrou as toalhas disponíveis para que pudesse utilizar. SeoHyun, mesmo sem graça e um pouco atordoada pelo contraste de localização e tratamento, apenas agradeceu e viu a mulher fechar a porta, deixando-a por ali, em sua própria companhia.
Era estranho fazer parte de um lugar que nunca pertenceu, e era estranho saber que outras pessoas eram como ela. Cada uma com sua própria peculiaridade e comportamento. Não entendia como a vida podia ser tão injusta consigo, sendo que sempre foi uma menina quieta e reservada. Não tinha muitos amigos, mas confiava em alguns; sua família era doce consigo e nunca havia enfrentado algum problema tão bizarro. Tudo aquilo era, no mínimo, estranho.
Soltou um suspiro e decidiu tomar um banho. Precisava se cuidar e descansar um pouco.
No dormitório do andar superior, as quatro dobradoras faziam suas atividades individuais, cada uma em seu próprio quarto. Não é como se elas estivessem cansadas umas das outras, mas apenas precisavam recarregar as energias sozinhas. Jessica, por exemplo, nunca sentiu tanta falta de seu banho quente e das luzes coloridas de seu quarto. Estava sonhando com aquilo há muito tempo, e finalmente estava ali.
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Wild World
FanficEm um mundo onde muitas pessoas acreditavam que o sobrenatural era somente baboseira de filmes que passam aos televisores de suas casas, os quais não passavam de mera ficção, quatro garotas de dezoito anos descobrem que o mundo em que elas viviam nã...