Wild World

Prologue.

Desde muito nova, a jovem Jessica Jung sempre foi muito quista pela família. O sonho de sua mãe era ter uma princesinha para alegrar ainda mais seus dias, pois engravidar era como um sonho para ela. Quando a notícia de sua gravidez fora espalhada por toda a família, todos caíram de amores pela pequena Jung em seu ventre.

A condição financeira de toda a família de Jessica era considerada "boa" demais para os padrões da região. Obviamente que se alguém perguntasse para os pais da menina sobre sua situação financeira, eles iriam rir e disfarçar, como se fossem apenas mais um casal com o dinheiro razoável e que tinham condições adequadas para cuidar de uma filha. E então veio o imprevisto e a surpresa.

Depois de um tempo de gravidez, os exames da mãe da garota começaram a apontar algumas coisas inesperadas para o casal, e o resultado disso tudo era uma gravidez de gêmeos. Duas lindas meninas estavam sendo ansiosamente aguardadas por toda a família, como se fossem um lindo milagre para o casal.

No dia trinta e um de outubro, a senhora Jung começa a sentir contrações muito fortes e seu marido acorda assustado com a dor e inquietação da mesma. A mulher revirava-se como uma louca sobre cama, tendo uma de suas mãos em seu ventre. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, demonstrando mais ainda como a dor era forte, e, o senhor Jung desesperado com a dor de sua amada, liga para a emergência.

Ao chegar no grande hospital particular no qual foi todo acompanhado a gravidez da mulher, ela foi rapidamente socorrida e levada para a área cirúrgica. Como era uma emergência, o pai das doces crianças aguardava no saguão de recepção na qual fora designado a esperar. A ansiedade corria por todo o corpo do grande homem e fazia o mesmo andar para todos os lados da área, apenas aguardando algum médico ou alguma enfermeira mandar notícias.

Depois de algumas horas, um dos médicos que havia entrado com sua esposa para a sala de cirurgia, saiu de um dos elevadores. Ele ainda trajava a proteção higiênica que um cirurgião precisa para operar, mas estava sem as luvas e sem sua máscara. O homem se levantou de sua poltrona para ir diretamente até o cirurgião, que exibia um semblante cansado.

– E então, doutor? Como estão minhas adoráveis garotas? – O homem disse esboçando um sorriso orgulhoso.

– Sua esposa teve complicações com o parto, mas ela está bem e seus batimentos estão estabilizados. Ela teve um sangramento repentino, juntamente com contrações normais de uma gravidez delicada como a dela. – O médico disse com suas mãos unidas em seu peito. O mais novo pai, escutava atentamente ao que o médico dizia. – No decorrer do procedimento, uma das crianças estava enroscada no cordão umbilical, o que de fato deixou todos nervosos para poder reanimar a criança, mas infelizmente...

– O quê? – O homem disse perdendo o sorriso aos poucos. – Não me diga que...

– Eu sinto muitíssimo senhor Jung, tentamos de tudo para poder reanimá-la, mas foi em vão. Ela já havia sufocado e engolido muito líquido... Eu sinto muito. – Ele disse soltando o ar de seus pulmões e deixando seus ombros um pouco caídos.

– Só por favor... Me digam que minha esposa e minha outra filha estão bem. – Ele disse tentando segurar suas lágrimas, mas falhando. O médico tentou abrir um sorriso mínimo e fez um suave "sim" com a cabeça, fazendo o senhor Jung respirar aliviado. – Eu preciso vê-las, tem como eu entrar na sala agora?

E então, o médico acompanhou o pai até o quarto onde estava sua mulher e sua filha sobrevivente. O homem esfregava seu rosto tentando não demonstrar para as pessoas do hospital que ele estava abalado, mas não conseguia. As lágrimas já saíam automaticamente de seus olhos, fazendo o rosto do mesmo ficar levemente avermelhado e suas veias do pescoço saltarem.