Wild World

Everything Will Be Fine, If We Stay Together.

 Tiffany estava quase adormecendo ainda tendo sua mão junta a de Jessica, quando ouviu murmúrios baixinhos vindos de Taeyeon, que estava começando a se remexer demais sobre o leito que ocupava. Levantou da poltrona, acomodou a mão de Jessica adequadamente em uma posição confortável para a garota e se aproximou de Taeyeon, percebendo que esta tinha a testa suada.

Estranhou e apenas para confirmar, colocou a palma da mão sobre a testa da dobradora de água de uma forma sutil. Como imaginava, Taeyeon estava ardendo em febre. Suspirando pesadamente, foi até onde a enfermeira disse que estaria para caso precisasse de alguma coisa e pediu para que fizessem algo pela menina. Tiffany estava muito intrigada com tudo aquilo, Taeyeon estava quente, mesmo sendo gélida naturalmente e Jessica estava fria como um cubo de gelo, mesmo aquela não sendo sua temperatura comum.

Observou a enfermeira molhar alguns panos e colocar sobre a testa de Taeyeon, quem tinha o cenho franzido e parecia muito assustada, uma vez que até mesmo sua respiração começava a desregular. A enfermeira disse que era algo normal, que a febre alta estava a fazendo delirar, mas Tiffany sabia bem que não era só isso. Aos poucos Taeyeon começou a pronunciar palavras mais concisas, fazendo a dobradora de ar começar a entender o que a menina tanto repetia.

– Olhos... Escuros. – Sussurrou, tendo sua respiração cada vez mais pesada. – Fogo... Escuro. Não era ela, não era...

– Isso é sobre... – Olhou para a amiga repousada tranquilamente no leito atrás de si. – Jessica...

A dobradora de ar chegou um pouco mais perto da menina que estava gélida, observando suas expressões congeladas de dor. Sua pele estava pálida e o rubor que a garota sempre tinha em suas bochechas, era quase inexistente naquele momento. Tiffany soltou um longo suspiro e tocou-lhe a pele alva, sentindo-a fria como neve.

– O que houve dentro de você?

Irene e SeulGi estavam no escritório da mais velha em completo silêncio. A preocupação era grande pelo caos iminente, eram tantas coisas ocorrendo ao mesmo tempo, tantas perguntas, mas nenhuma resposta concreta. O mais frustrante é que as duas sabiam que não existia método científico no mundo que conseguisse ser eficiente e eficaz para aquela ocasião. Todos exigiam testes e tempo de análise, e tempo era uma palavra quase inexistente no vocabulário do casal desde que entenderam que mais uma geração de dobradores estava por vir.

Sentada ao sofá, Irene ponderava sobre o que poderia ter ocorrido. Ainda que não tivesse ouvido Jessica, tinha uma breve noção do que se tratava apenas pela explicação rápida de Taeyeon. O Breu estava conseguindo influenciar as meninas assim, tão profundamente? E se sim, qual seria o seu poder sobre elas? Em que área ele poderia chegar tão intimamente? Na cabeça de Irene, circundavam essas e milhares de outras perguntas, das mais simples às mais complexas.

Por outro lado, SeulGi estava preocupada não só com as mais novas, mas como também com Yeri e consigo mesma. Afinal, todas estavam sob influência de algo maior e desconhecido. Independente do tempo de experiência e de desenvolvimento, a dobradora de metal temia pelo que ainda poderia surgir. Já era óbvio que a influência que O Breu tinha nos seres humanos era muito mais forte nos dobradores de elementos, acreditava que isso se devia à concentração de energia astral, que obviamente era muitas vezes maior do que em seres humanos comuns.

– Estou muito preocupada. – SeulGi soltou. – Se este surto de Jessica, ou de seja lá o que tenha tomado conta dela, for decorrência do Breu...

– Você e Yeri estarão sujeitas a passar pelo mesmo. – Irene continuou, levantando e indo até sua mesa, vendo sua noiva assentir com uma expressão apavorada.

– Eu não quero ter que passar por isso dezoito anos depois. Eu não quero ferir mais ninguém, ainda mais elas... – Lamentou. – Pelo que Taeyeon disse, Jessica assumiu habilidades de alguém que havia treinado por anos.