Alguns dias se passaram e as respostas finalmente chegaram. A equipe de pesquisa estava consciente dos conhecimentos obtidos pelo pergaminho do fogo e Irene liderava a coordenação para a busca de informações sobre o hospedeiro do Breu, já que este era o objetivo arriscado da missão em que as quatro meninas mais jovens iriam em breve.
Como a mulher estava com a posse do diário de seu pai, ela descobriu mais algumas coisinhas básicas sobre a entidade Escuridão, que seu pai denominou Breu. Ele dizia em uma das páginas que, por ser uma entidade não-humana e de forças desconhecidas por nós, a tendência da região próxima a Escuridão era apodrecer.
Pelas observações feitas por si mesma e também pelas outras informações de seu pai, Irene concluiu que o Breu suga uma boa parte da vitalidade de todas as coisas vivas que o circundam. Durante as possessões de todas as quatro meninas, cada uma se debilitou de uma forma. Foram dias para se estabilizarem novamente, pois tinha sido um episódio conturbado e complicado demais para as meninas.
Com isso, as buscas estavam sendo feitas através das grandes áreas de devastação ambiental que ocorriam recentemente. Desde o acontecimento dos dias em escuridão completa, a natureza tem agido de uma forma estranha. A grama dos arredores do laboratório estava demorando para crescer e isso foi levado em consideração, já que a Bae tinha uma equipe para cuidar da grama alta também. Era como se a natureza estivesse constantemente sendo atrapalhada de agir.
Havia muitas questões em aberto ainda, mas Irene estava pegando um pouco mais leve consigo desde sua ida à sua antiga casa. O diário que havia pego de seu pai estava lhe servindo para muitas coisas e, uma delas, saber um pouco mais sobre as pesquisas pessoais e inacabadas do homem. Ele havia registrado tudo que conhecia de uma forma bem mais íntima e pessoal.
A pesquisadora havia prometido para si mesma que não ia devorar o diário em poucos dias, como era costume fazer com os livros que consumia, pois aquilo não era algo fácil de digerir como qualquer documentação. Eram as palavras de seu pai, desde os primórdios de sua pesquisa. Sabia o valor sentimental que aquilo carregava, então não precisava correr.
As peças estavam começando a se encaixar, e isso já era suficiente para si.
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E então, com o passar dos dias, as manhãs no laboratório se tornavam cada vez mais tranquilas com relação ao começo de tudo. Jessica, que saia de seu banho matinal, estava enrolada em sua toalha e penteava seus longos fios de frente para o espelho, terminando de ajeitar sua franja recém cortada por si mesma. Era algo que tinha costume de fazer, pois só ela mesma cortava do jeito que lhe agradava.
Por sorte não havia feito tanta bagunça com aquilo, o que era incomum já que sempre foi um pouco desorganizada para aquelas coisas. Deixou o pente de madeira sobre a pia do banheiro e soltou um longo suspiro preguiçoso, indo até seu quarto à procura de uma roupa confortável para usar naquele dia. Estava pensando em deixar o treinamento um pouco de lado naquele dia, pois já havia treinado bastante nas últimas semanas.
Foi até seu guarda-roupas e retirou uma blusa de botões do mesmo, com a estampa quadriculada em azul claro e escuro. Era uma de suas blusas mais despojadas e confortáveis dali, uma vez que Irene sempre deixava boas roupas à disposição de todas, mas que sempre eram muito formais para uma situação comum como a que estava.
Para acompanhar a blusa, pegou uma jeans mais clara com um rasgo em ambos os joelhos e, por fim, um tênis branco da Nike. Começou a trocar de roupa tranquilamente, deixando a toalha em cima de sua cama durante o processo e tentou imaginar algumas possibilidades para o dia em questão. Era um pouco tedioso ter que fazer sempre as mesmas coisas, mas pelo menos tinha a companhia das outras três meninas para não se sentir completamente entediada.
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Wild World
FanfictionEm um mundo onde muitas pessoas acreditavam que o sobrenatural era somente baboseira de filmes que passam aos televisores de suas casas, os quais não passavam de mera ficção, quatro garotas de dezoito anos descobrem que o mundo em que elas viviam nã...