Era finalzinho de tarde na pequena cidade pacata, os pássaros cantavam próximos daquela pequena residência, que no momento estava um pouco agitada em sua cozinha. Tiffany olhava confusa para uma receita em seu celular - o qual havia ganhado de SeulGi e Irene -, em uma tentativa de aprender a fazer cookies. Sua freira-mãe, Grace, tentava ajudar a menina, mas ela estava decidida a fazer sozinha.
– Vai dar certo, confia em mim. – A menina dizia nervosa. – Vai ficar gostoso.
– Eu confio, mas você não parece estar muito confiante. – A mulher segurou um riso.
– Eu só preciso que você prove depois que estiver pronto, não quero chegar em casa e dar um pedaço de carvão para as minhas mães. – Tiffany sorriu amarelo. – Ou uma pedra, não sei.
A mulher riu, assentindo. Estava se divertindo em ver o nervosismo da garota, que mesmo que tivesse passado um ano inteiro com suas, agora oficialmente, mães, ainda sentia-se desesperada com o fator de ter sido adotada de fato. A Hwang havia ido passar um tempo consigo em consideração aos velhos tempos e havia dito para si que ela sempre seria seu primeiro modelo materno, sempre seria muito importante para si, mas que agora ela poderia ser como uma avó ou uma madrinha.
Quando SeulGi e Irene a chamaram para conversar e saber sobre o que achava da ideia de ser adotada por elas, de início achou ser brincadeira, mas analisando o ambiente - o quarto de Irene, com as três sentadas à cama e apenas elas presentes -, percebeu que talvez fosse sério. A seriedade no rosto de ambas entregou tudo aquilo, mas sua ficha só caiu quando Irene quase chorando perguntou se ela não queria.
Aquele tempo fora com Grace era para matar a saudade, pois as duas mais velhas reconheciam a importância da mulher em sua vida, mas também serviria para agilizarem a papelada e terminar a reforma na casa do pai de Irene, que agora passaria a ser das três. De certa forma a papelada da adoção já estava meio caminho andado, já que precisaram deixar algumas coisas assinadas no orfanato antes de trazerem a menina para junto do laboratório, coisas como termo de responsabilidade e afins. Ela não tinha pais, mas tinha responsáveis, não poderiam simplesmente sumir com a garota.
E aquele era o dia que Tiffany finalmente voltaria para perto das mulheres. Já estava tudo pronto, ambas já haviam se mudado para a casa reformada e por ligação de vídeo conversaram sobre o processo da adoção, na qual Irene mostrou toda orgulhosa sua nova certidão de nascimento e SeulGi exibia as muitas folhas que atestavam sua guarda à elas. Eram oficialmente uma família.
No início daquela noite, as mulheres iriam buscá-la na residência de Grace, queriam conhecê-la formalmente e agradecer por ter criado Tiffany durante toda sua infância e início de adolescência. E Tiffany queria retribuir um pouco do carinho e da gratidão que sentia pelo empenho das mulheres para adotá-la, sabia que era muito difícil isso acontecer em sua idade e já não tinha nenhuma esperança de ter algum nome na sua certidão além do seu. Sabia que lá existia o nome dos seus pais biológicos, mas não significava nada para si.
Já se preparava para ser despejada do orfanato e precisar fazer sua vida sozinha. Mas, graças às suas mães, agora sim sabia o que realmente era uma família. Não mais era um sentido próximo da ideia de família. Era uma de fato e não poderia estar mais feliz.
Arrancando-a de seus pensamentos, viu uma notificação subir em seu celular. Sorriu largo.
Peixinho Dourado: Tudo pronto pra ir pra casa das mamães? ;p
A Hwang não tardou a responder a menina. Desde que haviam deixado o laboratório não haviam se visto pessoalmente, assim como as outras e estava morrendo de saudades. As coisas estavam um pouco corridas para a dupla água-ar, fora que a casa de Taeyeon era bem distante de onde estava e ficava complicado para as duas se locomoverem para que pudessem se encontrar, o que melhoraria quando se mudasse para sua nova casa.
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Wild World
FanfictionEm um mundo onde muitas pessoas acreditavam que o sobrenatural era somente baboseira de filmes que passam aos televisores de suas casas, os quais não passavam de mera ficção, quatro garotas de dezoito anos descobrem que o mundo em que elas viviam nã...