Learning From Mistakes.

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Naquela mesma noite, Yuri estava sentada ao fundo do pequeno quarto. Estava sentada de pernas cruzadas ao chão, tinha as duas mãos contra seu rosto e um semblante abatido, pois realmente estava. Tudo ao seu redor se tornava mórbido e, estupidamente, silencioso.

Não estava conseguindo lidar com todas as palavras de Tiffany. Ouvir aquelas coisas de alguém que se tornou verdadeiramente especial para si, era um pouco duro demais, até mesmo para a dobradora de terra. Ela podia ser a babaca que fosse, mas ela nunca faria nada contra Tiffany.

Todas as palavras da menina circundavam em sua cabeça, como uma espécie de mantra negativo e confuso. Tudo aquilo fazia mesmo sentido, pois agora, analisando toda a situação sozinha, não sabia que era capaz de realmente matar uma pessoa, principalmente se tratando de uma pessoa tão inocente quanto Taeyeon.

As críticas de Tiffany não faziam muito sentido, principalmente por não bater com a sua realidade e com seus princípios. A verdade era que sua cabeça começou a ficar extremamente confusa desde que teve o plano de fugir daquele lugar, como se fosse seu último suspiro para tentar ter sua vida de volta. Sua primeira experiência desastrosa: Nocautear uma pessoa sem pensar nas consequências.

Todas as suas ações sempre a trouxeram consequências, mas nunca pensou no quão desastrosas as mesmas podiam ser, já que todas as pessoas que um dia tivera coragem de enfrentá-la, não voltaram uma segunda vez para fazer Yuri tirar suas próprias conclusões. Mas com Taeyeon foi diferente, assim como quando teve seu episódio com o guarda. Tudo que pode concluir fora que havia passado dos limites de fato.

Seu conceito sobre moralismo pessoal estava começando a se distorcer em sua sua cabeça, uma vez que havia crescido ouvindo de sua mãe que ela, as vezes, precisaria ser arrogante para não acumular chateações futuras. Mas como sua mãe explicaria toda aquela situação que estava vivendo para si? Como poderia acreditar em suas palavras estando naquela situação tão deplorável? Estando com a consciência pesada e tendo um aperto sufocante em seu peito? Eram questões que nem mesmo sua tão adorada mãe conseguiria responder para si.

Havia colocado em sua mente que só poderia desabar quando estivesse em completo silêncio, mas os turbilhões de paranóias estavam zumbindo em seu ouvido como uma mosca irritante a qual nunca ia embora. Mesmo tampando seus ouvidos com suas mãos, o barulho dentro de sua cabeça parecia se intensificar cada vez mais. O chão abaixo de si estava tremendo sutilmente, como se somente a dobradora de terra pudesse, de fato, sentir.

Fechou seus olhos fortemente e franziu o cenho em um estado catatônico. Pela primeira vez em sua vida, estava se sentindo incomodada com sua única presença. Um repúdio fortíssimo atingiu seu peito como um soco contra um vidro; Sólido e cortante. Era como se algo dentro de si estivesse lutando contra sua própria agonia interna. Como se sua alma gritasse em um completo desespero e tudo em sua volta estivesse a um fio do desmoronamento emocional.

As lágrimas começaram a descer pelo seu corpo como se fosse água tocando a brasa quente. Era angustiante ter que enfrentar todas aquelas palavras duras por conta própria, mas seu eu lírico contradizia sua dor, tendo uma justificativa plausível. Não estaria sofrendo tanto se fosse uma pessoa melhor; Se fosse uma pessoa melhor do que é. Se torturava o suficiente para que os soluços começassem a invadir sua voz, que estava por um fio.

Seu peito subia e descia desreguladamente, como se nunca houvesse aprendido sequer a respirar adequadamente. Era estúpido estar se prestando àquele papel, mas sua única sorte do dia era que não havia mais ninguém por ali para que pudesse a julgar, mais uma vez. Começava a achar que, talvez, todo o seu conhecimento sobre relações interpessoais fora um ledo engano durante todos esses anos. Nunca fora obrigada a conviver de fato com outras pessoas como estava sendo com as outras três garotas, mas nunca se viu tão desregulada como estava sendo desde que havia chego.

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