SeulGi deixou a sala de reuniões e não precisou de muito esforço para descobrir o que havia acontecido, o problema estava do lado de fora da sala. Eram quatro rostos, quatro nomes e quatro elementos. Observando os rostos apavorados das meninas, apenas cruzou os braços e respirou fundo algumas vezes para não sair do controle e gritar com jovens que estavam longe de serem suas filhas.
Irene vendo a mulher parada frente a porta, olhou para Yeri. As duas já haviam compreendido tudo. Caminharam para fora e deram de cara com o que imaginavam, o desgosto na cara das três mulheres era evidente e a culpa que pairava sobre as quatro jovens era quase palpável de tão absurdamente densa.
– Vocês sabem o que acabaram de fazer? – Yeri perguntou em um tom sério e severo, jamais escutado pelas quatro, pelo menos não vindo da mulher que vos falava.
A mais velha dali, nem ao menos poderia imaginar estar vivenciando aquele momento. Sabia muito bem das condições mentais que as meninas se encontravam, mas não podia acreditar que as quatro pensariam em fugir tão rapidamente. E também não conseguia acreditar que elas fossem tão habilidosas para o fazê-lo tão inadequadamente, debaixo de seus narizes.
Irene teve de se conter para não chorar por diversas vezes durante sua conversa nem tão particular com Yeri e SeulGi, mas naquele momento, não conseguia ter forças para tal. Era extremamente frustrante e lamentável não poder se conter na frente de todas as suas meninas, especialmente na frente das quatro novas meninas. Estava se mostrando vulnerável na frente de jovens que já tinham seus psicológicos conturbados. Com as outras duas ela não se incomodava tanto, já que Yeri e SeulGi já haviam visto Irene chorar algumas vezes.
As lágrimas caiam pelo seu rosto em uma intensidade que nem ao menos sabia que podia ser controlada. Faziam anos que a mais velha não tinha um acesso tão forte de cansaço mental, uma vez que tentava se manter calma e fazia algumas atividades comuns para controlar o nível de estresse, como jardinagem, meditação, leitura e em tempos vagos, praticava a gastronomia para relaxar um pouco.
Claro, tudo aquilo não era mais feito com tanta frequência, uma vez que sua vida agora eram suas adoráveis meninas. Vê-las tentando partir, quebrava seu coração em milhares de pedaços, era como se realmente tivesse se apegado carinhosamente por cada uma das meninas em pouquíssimo tempo. Sua cabeça vagou para anos atrás, lembrando-se de SeulGi e Yeri na idade das quatro meninas e, fechando os olhos fortemente, sentiu seu peito doer.
– Não consigo fazer isso. – Irene disse enquanto enxugava suas próprias lágrimas nas mangas de sua blusa, retirando Yeri de seu caminho e entrando novamente na sala onde antes se encontrava.
Taeyeon sentiu seu corpo ser empurrado para frente com certa força e, por mais que tenha tentado permanecer onde estava, a força de que a empurrava era ridiculamente maior que a sua. Quando olhou para trás, viu que quem a empurrava era Yuri, quem sussurrou:
– Você fala bonito, ser palestrinha deve nos ajudar agora. – Sorriu amarelo, Taeyeon queria xingá-la, mas as outras duas a olhavam com certa esperança.
– Hm, bem... – Taeyeon pigarreou olhando para frente e se arrependeu de ter aberto a boca para falar, pois o olhar severo das mulheres estavam todos sobre si. – Agora sabemos que fomos displicentes, nós nos arrependemos do nosso feito e sabemos que as intenções de vocês não são ruins. Nos sentimos mal por termos agido de má fé e queremos pedir desculpas, se quiserem nos punir com mais outro castigo, não vamos reclamar. Iremos aceitar de bom grado. – A garota disse e recebeu um tapa nas costas vindo de Yuri, que não tinha concordado com a última parte, mas a intenção de Taeyeon era amenizar a situação. – Nos desculpem.
SeulGi, quem estava em silêncio até o presente momento, por mais que tivesse sido a primeira a vê-las ali, tomou ar para falar e suas palavras foram um balde de água fria nas quatro garotas que já estavam se sentindo mal por terem visto Irene chorar.
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Wild World
FanfictionEm um mundo onde muitas pessoas acreditavam que o sobrenatural era somente baboseira de filmes que passam aos televisores de suas casas, os quais não passavam de mera ficção, quatro garotas de dezoito anos descobrem que o mundo em que elas viviam nã...