All I Want For Christmas Is You.

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 As duas garotas permaneceram abraçadas, desfrutando daquele momento como se fosse o último, e quando Tiffany sentiu que Yuri estava mais calma, afastou-se minimamente do corpo da outra. Olhou no fundo de seus olhos após analisar com precisão cada mínimo detalhe do rosto da outra enquanto deixava um afago carinhoso em sua bochecha, sorriu largo e enxugou os resquícios de lágrimas da dobradora de terra e suspirou pesadamente.

Sentia tanta falta da outra, que mal conseguia pensar corretamente. Só queria se manter abraçada a ela a noite inteira, sentia que não conseguiria dormir se não aproveitasse aquele momento corretamente, por esse motivo, agiu impulsivamente.

– Você quer dormir comigo? – Perguntou simplesmente. – Agora podemos fazer isso.

– Você tem certeza, Tiff? – Yuri perguntou, receosa. – Não que eu não queira, mas... Está tudo bem para você se eu aceitar?

– Eu não pediria pra ficar se não estivesse, sua boba. – Riu divertida batendo o indicador delicadamente contra o nariz da menina, que apenas sorriu timidamente em resposta.

– Então tudo bem pra mim. – Disse a outra, fungando. Havia chorado tanto que estava começando a sentir uma leve dor de cabeça.

– Vem cá. – Disse se pondo de pé e estendendo a mão para a garota, que de pronto a aceitou se deixando ser puxada até a cama. – Fica aí, volto já. – Disse e, em passos alegrinhos, foi até o frigobar, retirando dele uma garrafa de água mineral. – Toma. – Estendeu a mesma para Yuri.

– Obrigada. – A dobradora de terra pegou a garrafa de água gelada e destampou a mesma, tomando alguns goles e limpando seu rosto, respirando fundo. – Me sinto melhor agora.

Tiffany não sabia muito bem como agir ou o que falar, mas se sentia feliz. Estava orgulhosa de Yuri, apesar de que ainda existia um enorme caminho para a mesma percorrer, já era um grande avanço. Sentou ao lado da menina e as duas ficaram em um silêncio confortável por alguns segundos, ou minutos, não sabia dizer. A dobradora de ar despertou de seu estado de transe ao sentir o dedo mínimo de Yuri começar a tocar a pele de sua mão, receosa de simplesmente envolver a mão da garota de cabelos médios e ter uma reação negativa.

A de cabelos médios sequer se mexeu, se sentia ridiculamente nervosa e só esperou que Yuri aproximasse mais a mão da sua, o que de fato aconteceu, lentamente e aos poucos. Yuri deixou de movimentar sua mão quando seu dedo mínimo e seu anelar envolveram os mesmos dedos de Tiffany, passando a olhar para qualquer lugar que não fosse a menina ao seu lado e muito menos o contato de suas mãos.

Yuri, assim como Tiffany, também estava ridiculamente nervosa quanto ao contato das duas. Era como se tudo que elas tinham antes, nunca tivesse existido e aquele toque fosse o primeiro entre elas. Estava nervosa e sentia a palma de sua mão começar a suar frio, mas tentava não pensar naquilo para que o clima completamente natural entre as duas não acabasse. Queria falar com a outra mais um pouco, mas também não queria interromper aquele contato.

Aos poucos, a dobradora de terra tentou envolver ainda mais sua mão com a de Tiffany, que lentamente foi deixando que ela o fizesse, de fato. O calor da mão da dobradora de ar era reconfortante; Parecia que a mesma estava usando luvas de lã, o que fez com que o contato das mãos das duas se unissem cada vez mais forte. Depois de alguns breves segundos, Yuri teve coragem de olhar a menina nos olhos e sorrir minimamente.

– Vamos deitar? – A dobradora de terra perguntou para a outra, apenas aguardando a resposta de Tiffany, que parecia estar em seu próprio mundo.

– Hm, vamos. Claro. – Assentiu sorrindo completamente desajeitada.

Yuri esperou Tiffany desarmar sua cabaninha de lençóis e edredom e se acomodar na cama primeiro. Naquele momento, enquanto dobrava os lençóis de qualquer forma, Tiffany praguejava mentalmente por estar demonstrando tanto nervosismo, já havia feito mais coisas com a outra do que simplesmente dar as mãos e não havia se sentido tão sem graça. Temia que Yuri a achasse boba por isso, afinal, realmente era uma bobagem.

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