Naquela manhã, Irene se sentia um pouco cansada. Sentia como se não tivesse dormido direito, por mais que a noite tenha sido bastante agradável e reconfortante. Era como se não tivesse pregado o olho, como se de alguma forma tivesse passado a noite em claro, por mais que soubesse que tinha dormido. Mas não se culpava por isso, afinal, foi ótimo para si ter uma noite com SeulGi.
Talvez estivesse ficando um pouco velha para aquele tipo de contato, mas não se importava muito. Ainda tinha - e muita - disposição para aqueles momentos, e sabia que SeulGi também tinha. A dor de cabeça, as dores no corpo e a sonolência poderiam ser resolvidas com alguns copos de café e analgésicos. Nada fora do comum para si, pois estava começando a se acostumar com aquele pequeno coquetel pela manhã.
Levantou-se da cama e cambaleou minimamente até a sua mesa, como um morto-vivo. Sentia suas pernas mais pesadas do que o costume e os ombros tensos, como se tivesse passado dias dentro de uma academia, apenas fazendo musculação. Com o cenho franzido, buscou seus óculos e foi até o banheiro, tirando os fios de cabelo de seu rosto para que pudesse dispensar a aparência cansada.
SeulGi ainda adormecia tranquilamente na cama, e Irene decidiu não interromper aquele momento da mulher. Ela ainda estava se recuperando dos episódios passados, que com certeza foram muito difíceis para si, então não existia motivos para perturbá-la naquele momento. Se encaminhou para o banheiro e fez sua higiene matinal, sentindo as dores ficarem um pouco mais insistentes.
Assim que tomou seu banho e escovou seus dentes, enrolou-se em uma toalha e foi até seu pequeno guarda roupas, para que pudesse se vestir para o dia de trabalho que teria ali dentro. Dispensou roupas muito quentes e vestiu-se. Ao que passou a vestir sua blusa, sentiu seu braço doer um pouco mais do que deveria, fazendo com que sugasse o ar entredentes e olhasse para a região. Assustada, tocou a própria pele, notando a tonalidade arroxeada na região onde antes aplicava as seringas com sangue.
Franziu o cenho e percebeu que a ferida estava um pouco aberta, como se tivesse acontecido algo em seu interior, que expelia a necessidade de cicatrizar aquela região. A mulher torceu os lábios e movimentou seu braço, apenas para ter certeza de onde exatamente a dor vinha. Era estranho, e teria que contatar Shin por conta daquilo, porém, apenas voltou a se vestir.
Não muito tempo depois, a Bae pôde ouvir o barulho dos lençóis se movimentando sobre a cama, fazendo com que sua atenção se prendesse sobre a mesma. SeulGi estava sentada à mesma, coçando um dos olhos enquanto tentava identificar onde estava com exatidão. A mais velha apenas sorriu, indo até a mesma e depositando um selar na testa da mesma, que sorriu sonolenta.
– Bom dia, meu amor. – Falou a recém-loira, com um sorriso doce nos lábios. – Como passou a noite?
– Bem melhor do que todas as outras em que estive longe de você. – Respondeu, sorrindo largo ao final da frase. – Senti muito a sua falta.
Irene sentiu as bochechas esquentarem em meio ao seu sorriso, apenas ajeitando os cabelos da mulher à cama. Vê-la por ali, daquele jeitinho informal que apenas ela conhecia, era como ter vinte anos novamente. Era como retroceder todos aqueles longos anos e voltar ao começo. Sentia mesmo que a mulher era sua alma gêmea, mesmo que parecesse mera bobagem adolescente, era como viver um romance literário.
SeulGi era como uma doce poesia para si.
– Eu também senti muito a sua falta. – A Bae respondeu, quase em um sussurro. Segurou o rosto da mulher com as duas mãos, delicadamente. – Pensei que ia enlouquecer sem você aqui.
A dobradora de metal deitou seu rosto sobre a mão da mulher mais velha, sorrindo enquanto fitava o rosto da mulher que tanto amava. Se pensasse por alguns segundos, perceberia o quanto tinha sorte por tê-la, mas não pelos cuidados básicos da mulher para si, mas por tantas e tantas outras coisas que, em um curto período de tempo, seria impossível listá-las. Tinha sorte por JooHyun ser seu primeiro beijo, seu primeiro amor e sua primeira vez, pois a mulher era sua razão por se manter tão forte.
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Wild World
FanfictionEm um mundo onde muitas pessoas acreditavam que o sobrenatural era somente baboseira de filmes que passam aos televisores de suas casas, os quais não passavam de mera ficção, quatro garotas de dezoito anos descobrem que o mundo em que elas viviam nã...