Cap 44- Identidade.

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   A Guardiã suspirou cansada, olhou diretamente para o homem de um jeito diferente. Não era um olhar de raiva ou impaciência. Era dúvida.

- Você pode subir quantas vezes quiser. Não vai beber da água da Fonte. Se alguém beber, toda a floresta morre!- A mulher falou.- Não vou deixar fazer isso!

- Nossa. Como você é insistente.- Falou o humano revirando os olhos.

- EU?!

- Por que não tenta me matar de uma vez? Nunca parou pra lutar comigo. Não é mais simples?- Ele perguntou tomando a liberdade de se aproximar dela.

- Hã?! D-digo! Hã...eu só estou te poupando!- Ela respondeu virando o rosto e cruzando os braços.

- E você...A Guardiã da Fonte da Juventude, já poupou alguém que tentou roubar a Fonte?- Ele perguntou arqueando a sobrancelha e sorrindo de lado.- Você não é muito nova para ter um trabalho tão importante?

- Sou bem mais velha que você.- Ela respondeu o olhando com deboche.

- As Fadas são mesmo interessantes. Então, chama o Rei das Fadas. Se você não quer lutar comigo...

- Eu fui facilmente substituída?!

- Eu estava apenas brincando, Santa.- Ele respondeu rindo e se sentando na grama.- O seu Rei está sempre fora, não é? Não é possível que ele não tenha vindo pessoalmente entender o porquê um humano está sempre por aqui. Estou errado?

- O que foi? Está tentando me despistar para depois levar tudo que temos. Estou te dando uma última chance para cair fora daqui antes que eu tenha que te esmagar entre as árvores!- Ela falou arrastando ele pelo peitoral da armadura.

- Como é piedosa. Já pensou em se tornar o novo Mandamento da Piedade?- Ele perguntou sem tentar se soltar.

- Não brinque com isso!!- Ela gritou.

  A garota o soltou sem paciência e o olhou.

  " Como ele é imprevisível! Pode mentir o quanto quiser, mas não sabe que posso ler mentes." A loira pensou.

   "Tanto faz...Se a Floresta morrer aquela cerveja deliciosa não vai mais ser feita. Que decepção."

   Ela arqueou a sobrancelha e o olhou confusa.

- Fala sério...

- Hã?

- Não vai roubar a Fonte?- Ela perguntou incrédula.

- Não.

- Mas...mas você tentou tantas vezes! E só porque eu pedi o óbvio você desistiu?! Humanos são esquisitos.- Ela falou tentando entender.

- Eu tenho razões.- Ele respondeu dando de ombros.

- Cerveja. Esse é o motivo.

- Nossa. Você é boa com adivinhas. Já pensou em trabalhar com isso?- Ele perguntou impressionado.

- Humanos são esquisitos.
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   O humano passou mais tempo do que imaginou ali. Tudo o que vinha em sua mente, era que ele não era o único à estar sozinho. O sentimento de ser sozinho em si.

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