A luz amarelada das lâmpadas formavam sombras a nossa frente duplicando as que já se projetavam no asfalto liso.
Lissa me veio a mente enquanto eu caminhava. Era o que ela faria!
Conclui, parando para analisar as minhas ações recentes, o garoto não havia se machucado mas será que Lissa e seus refugiados teriam chegando bem ao tal abrigo!?
Outra resposta que não saberia até então, a sombra do garoto ao qual seguia diminuia. Cheguei a pensar que ele ficara invisível de novo, mas não.
--- Amanheceu! --- constatou ele.
Deslizou a mão sobre a cabeça deixando o calor penetrar no couro cabeludo, desfiz minha trança, aquela sensação morna trazia uma paz aconchegante.
--- Ta cansada?
--- Sou mais jovem que você pirralho! --- falei por estar num passado distante do meu tempo normal.
--- Como se vou fazer dezenove?
--- Aqui talvez, mas de onde venho tu ja deves ser bem mais velho. --- disse a ele.
Movendo os dedos iniciou uma contagem, trincou o maxilar e olhou me incrédulo.
--- Impossível! --- não quis questiona-lo esperei ele argumentar. --- Se não estou ficando louco não envelheci tanto assim. Talvez nem tenha mudado, me sinto o mesmo desde que chegamos. --- ele parecia satisfeito.
--- É provável, também não sinto mudança nenhuma. Mas tenho ficado sonolenta. --- bocejei sem cansaço físico.
--- A sua descrição bate com a nossa. Quando fomos transportados ficamos dias dessa maneira. --- ele mencionara alguém ao nos aproximar de uma muralha longa de placas soldadas, puro ferro velho.
--- É aqui onde você se esconde? Vo-vocês. --- corrigi.
--- Vai ser minha convidada pelo o tempo que quiser ficar, e se alguém te estranhar pode falar comigo.
Coloquei o cabelo atrás da orelha sentindo o Sol nas maçãs do rosto, ri.
--- Eu sei me defender sozinha. --- falei.
O garoto abaixou-se para olhar por um espaço curto. Vi lábios finos do outro lado.
--- Qual a senha? --- disse os tais lábios.
--- Pode se afastar um pouco? --- perguntou o garoto para mim. Virei me para o campo aberto do outro lado do asfalto, fiquei impressionada por ainda ter árvores em pé numa capital tão moderna. As últimas que eu veria, talvez!
O portão deslizou por um trilho até visualizarmos um corpulento rapaz, este cobria a parte do nariz e olhos com uma máscara --- meio branca --- sendo as bordas pintadas com o mesmo azul que vi no letreiro da boate.
--- Pessoal o Heric está de volta, avisem a Eloisa. --- berrou este para os demais sentados, afiando pequenas e quase intocáveis armas.
--- Estão se preparando para uma guerra? --- perguntei após passarmos do portão. Quem me responde é o mesmo, agora não tão alto.
--- A qualquer momento novata.
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SÉLLON - Saga Rajadas de Vento - Parte II
Fantasy#2 ficcion - 27.09.2022 #1 ficcion - 11.12.2021 ⚠CONTÉM CENAS COM GATILHOS VIOLENTOS! A meta humana originária das antigas Strixs está na sua timiline!!! Keith quer a liberdade de seu distrito, a posse da sua vida. Nas suas recordações mais antigas...