A entrega dela para a causa era profunda, envolvia também seus sentimentos, rapidamente ela apressou os passos até mim.
--- É melhor assim, sem que ele se envolva.Passou as mãos sobre o cabelo, flamejante, e sua máscara de uma líder absoluta transformou se num rosto meigo.
--- Eu esperava uma cicatriz, sei lá...
Em contrapartida ao meu espanto ela se manifestou como se já esperasse por isso. Balanceou o rosto sarcástica e partiu para um outro atalho.
--- Vem --- disse me --- parece que sua intuição é muito boa --- se eu prestasse bem atenção em seu rosto agora poderia notar uma ruga de curiosidade.
No entanto ela seguia a minha frente para um prédio em formato de caixa, janelas rachadas em suas extremidades, pintura descascada, senão fosse pelo gosto popular do arquiteto aquela pobre engenharia lembrava me a mansão dos meus pais.
Eu restauraria ao voltar, mas agora teria que me contentar com esse cheiro de insenso em meio a ferrugem. Embrulhou meu estômago.
A mão pequena dela arrastou o segundo portão que eu vira por aqui, me estiquei para frente na tentativa de ajuda-la a empurrar, em vão.
Essa combinação entre pequenez e força fez a imagem da minha irmã se espalhar por trás dos meus olhos. Ela chegara morder meu dedo com força quando ainda tinha apenas um aninho, deixei a função de alimenta-la com alguém que já houvera experiência, nossa mãe. Bem como veio, aleatória, a lembrança se desfez. Ouvi uma voz vinda de dentro do prédio, o tom de deboche me irritou ou eu já chegará aqui assim?
--- Oi novat-t...
--- Cala boca cara! --- Heric reprendeu um outro rapaz, o cabelo penteado para trás bem como o tom de suas vestes, estas combinavam com as íris, pretas.
--- Ótimo trabalho pirra-lh... quero dizer Heric. --- voltei me para os dois posicionados um ao lado do outro. O de cabelo lisinho ainda me olhava de baixo para cima parecia não acreditar, suspeitei que ele fosse o debochado. --- Na próxima corto sua língua! --- lhe fui direta.
Eles permaneceram sentados sobres rodas gigantes cobertas com uma lona, ficaram quietos. Do lado contrário Eloisa, lembrei me do nome dela enquanto vi Heric ficar com as maçãs envergonhadas ao encarar os olhos dela.
O gelo quis se iniciar ali, tentei enfiar as mãos na jaqueta e procurar algo em volta. De modo que bati o olho em um plano de fundo esticado em outro canto.
--- O que tem de importante nesse mapa? --- perguntei entediada.
O meu tédio havia se abatido sobre Heric, supondo o número de vezes que falaram da tal peça. Ou ele estava cansado.
--- Queremos chegar ao laboratório onde o Armendáriz constrói as armas para a Elite. --- disse Eloisa.
Eu em seu lugar também não suportaria o gelo que me foi dado.
--- Nós sabemos que o material veio de D'oze mas não conseguimos interceptar as cargas que chegaram. É como se soubessem que vamos agir e mudam a rota. --- ao dizer isso Heric se encolheu.
Provavelmente aquela opinião estava vindo a tona naquele momento. Como a sensação de ter contribuído mais naquele dia, apesar do trabalho anterior e os ombros tensos.
--- É provável! --- respondi. Os olhos de ambos ainda me fitavam, senti que precisavam de mais. --- Ontem quando encontrei Heric eu vinham do alojamento...
--- Se você veio de lá é porque esteve na arena e não confiamos em mercenários --- a voz debochada retrucou.
Eu movi meus lábios mas...
--- Uma mercenária não teria me salvado. Ela perdeu uma amiga em combate quando estávamos no centro.
...mas Heric disse a verdade, eu não sabia se Fúria estava bem porém ela estava onde queria.
--- Então fiquem com a mercenária! --- disse aquele rosto liso marcando as íris em mim e nos deixou.
Gerei um ranço incrivelmente forte da falsa suposição baseada na minha presença.
--- Continui! --- A garota me trouxe de volta ao ambiente.
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SÉLLON - Saga Rajadas de Vento - Parte II
Fantasy#2 ficcion - 27.09.2022 #1 ficcion - 11.12.2021 ⚠CONTÉM CENAS COM GATILHOS VIOLENTOS! A meta humana originária das antigas Strixs está na sua timiline!!! Keith quer a liberdade de seu distrito, a posse da sua vida. Nas suas recordações mais antigas...