30 - Terras sem lei

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     Ao acordar, Sorah viu apenas a escuridão, seus olhos estavam vendados, com o susto inicial a garota debateu-se, sem efeito algum, pois seus braços e pernas estavam amarrados, com o esforço seu corpo virou e tombou no solo, deitada gritou ao s...

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     Ao acordar, Sorah viu apenas a escuridão, seus olhos estavam vendados, com o susto inicial a garota debateu-se, sem efeito algum, pois seus braços e pernas estavam amarrados, com o esforço seu corpo virou e tombou no solo, deitada gritou ao suplicar:

     — Alguém me ajuda, por favor!

     — O que você quer aqui? — Uma voz grave e familiar questionou.

     — Por favor, me solta. — Ela continuou a clamar.

     — Primeiro me responda o que você veio fazer aqui? — A voz persistiu.

     — Estou procurando um ser espectral. — Lembrando-se da batalha nas hortas, um nome veio à mente de Sorah. — Acredito que ele se chame Silfo. — Com dificuldades para se reposicionar, ela completou. — Ele disse se eu quisesse evoluir deveria procura-lo nas terras sem lei e é exatamente isso que eu faço aqui.

     — Muito bem, em breve ele estará aqui, peço que aguarde.

     Naquele lugar desconhecido sem noção do que acontecia a sua volta, os minutos pareciam horas e Sorah manteve-se em silencio enquanto aguardava. Depois de muito espera e quase à beira da impaciência total, ouviu-se passos e uma voz grave soou:

     — Então você veio?

     — Sim. — Virando-se para a direção que a voz vinha, Sorah falou. — Fiz como você falou.

     Um fato chamou a atenção de Silfo, o homem olhava de perto a presilha que prendia uma mecha do cabelo de Sorah, o símbolo que estampava o objeto era bastante familiar e em pensamentos, ele constatou "primeiro foi o tipo de magia agora esse objeto, acho que isso confirma minhas suspeitas." O silencio gerou desespero, com medo do que pudesse acontecer, a garota gritou:

     — Fala alguma coisa, conte o porquê de ter me falado para procura-lo aqui!

     Apesar de não ter tido nenhuma resposta nos instantes seguintes a luz lumiou os olhos de Sorah, a venda havia sido retirada e a sua frente a forma humana de Silfo chamou sua atenção, sua feição parecia séria ao arrumar seus cabelos castanhos sobre o rosto, sua barba por fazer deixava seu visual despojado, alto e forte, ele tinha uma aparência intimidadora, tal característica foi quebrada a primeira gargalhada:

     — Não precisa fazer essa cara. — Ainda rindo, Silfo contou. — Eu não vou fazer nada com você.

     Ao ser liberta, Sorah levantou-se e olhou todo o ambiente em volta buscando alguma informação, mas tudo o que via era imensas barreiras, o local era uma espécie de trincheira onde não se via início ou fim. Depois de soltar a prisioneira, Silfo seguiu caminhando pela grande vala e convidou:

     — Siga-me!

     O caminho parecia sempre ter a mesma aparência e depois de alguns minutos pela trincheira surgiu um clarão, o fogo de uma imensa fogueira despontou sendo envolta por um grupo de seres, e então um jovem de cabelos negros sobre o rosto caminhou em direção a Silfo, suas roupas sombrias destacava o lenço laranja em volta do pescoço, ao se aproximar falou:

     — Então o senhor a soltou!

     — Sim, inicialmente nem era para ter prendido ela.

     Enquanto conversavam, Sorah reconheceu a voz do desconhecido, e constatou que ele foi quem a prendeu e tratava-se do outro ser com quem ela lutou nas hortas da família Fotossíntese. Ao concretizar sua tese, ela passou a observar todo aquele lugar duvidas inundaram seus pensamentos quando não aguentou mais esperar por respostas, interrompeu a conversa com um tom de voz alterado:

     — Que lugar é esse? Quem são esses seres? E o que querem comigo?

     Todas essas questões paralisou a conversa entre Silfo e Titânio, ambos emudeceram e tocaram olhares por alguns segundos, como se tivessem discutindo mentalmente ao que parecia haviam chegando a um consenso, com a palavra, Silfo responde:

     — Bem isso são muitas perguntas garota, mas como sou legal vou responder tudo. — Colocando a mão no queixo, Silfo contou. — Como sabe aqui são as terras sem lei mais precisamente as trincheiras vermelhas.

     Depois de responder a primeira pergunta, Silfo adiantou-se e foi seguido por Sorah e Titânio, ao se aproximar da grande fogueira, todos os seres que a rodeavam notaram a presença da intrusa e passaram a encara-la com desconfianças. Abrindo espaço entre todos aqueles seres, Silfo respondeu a segunda pergunta:

     — Nós somos os revolucionários vermelhos, você deve nos conhecer como desertores, pois é assim que os seres que seguem o sistema magico nos chamam. — Ao notar a cara assustada de Sorah, Silfo a tranquilizou. — Mas não se preocupe, pois tudo o que sabe sobre nós não passa de mentiras, não somos bandidos, apenas vivemos fora das leis mesquinhas que o sistema magico impõe.

     Chamando a atenção de todos, Silfo então caminhou em direção a Sorah e a puxou pela mão, posicionando a garota frente a imensa fogueira deixou-a em destaque perante todos aqueles seres, intimidada com tanta atenção, ela corou e ficou em total silencio. Tomando a palavra novamente, Silfo falou em alto tom:

     — E o que queremos com você? — Elevando ainda mais a voz, ele contou. — Queremos que você entre para os revolucionários, e então aceita? 

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